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Quando começamos a preparar o novo registo tínhamos em mente fazer algo mais pesado mas igualmente conceptual como o nosso EP de estreia e foi esse caminho que nos levou até ao Relics & Cycles. O título do álbum tem uma relação muito vincada com a nossa história enquanto banda, onde, apesar das dificuldades e mudanças de formação que enfrentamos num curto espaço temporal (cycles), fomos capazes de nos manter activos, valorizando os feitos que temos alcançado (relics).
É deste ponto de vista mais conceptual que partimos para esta abordagem faixa-a-faixa e vos falamos um pouco sobre cada tema e de que forma procuramos estabelecer uma relação entre os mesmos e o nosso percurso, ainda que, e por se tratarem de composições instrumentais, estejam abertos a múltiplas e pessoais interpretações.
Deixando de parte as introdutórias atmosferas e ambiências melódicas que caracterizam o nosso EP de estreia, o tema de abertura do álbum tem um início abrupto, tal como os momentos em que as dificuldades que se atravessaram no nosso caminho, e que por vezes colocaram em causa a continuidade da banda, nos atingiram de forma repentina e inesperada.
Surge como uma reacção ao prévio sentimento de perda de controlo e desabamento. Um misto de desapontamento e tristeza aliada à vontade de querer continuar, procurando encontrar alternativas e soluções para os problemas apresentados, em oposição a um caminho mais fácil e menos perturbador que seria o de desistência.
“Foëhn” faz a transição entre “Howling” e “Nostalgia”, um compasso de espera e reflexão mas, sobretudo, de mutação entre dois momentos e estados de espírito distintos.
“Nostalgia” foi o primeiro tema que compusemos para este registo, construído e reformulado a partir de uma das nossas músicas mais antigas, cremos que de 2011, que nunca chegou a ser gravada. A nostalgia e valorização pelos pequenos feitos alcançados, que nos colocam hoje onde estamos, foi o ponto de partida para começar a moldar “Relics & Cycles”.
O processo criativo pode ser muito frustrante, especialmente quando se atinge o que aparenta ser um caminho repleto de becos sem saída que nos faz recuar e avançar constantemente em busca do rumo que pretendemos seguir. Sentimo-nos perdidos num autêntico labirinto de ideias onde a falta ou até o excesso das mesmas se torna um grande desafio.
Tal como “Foëhn”, “Naïve” faz novamente uma transição entre diferentes momentos, uma ponte para um clímax que surge com a faixa final.
“Poinsettia”, por ter sido o último tema a ser composto para este registo, talvez seja o mais completo e bem conseguido a nível de estrutura musical e equilíbrio entre a dicotomia peso/melodia. Talvez a melhor representação e definição da nossa sonoridade em geral, uma vez que é possível encontrar semelhanças não só com as restantes faixas do álbum, como também com as do EP de estreia “Vital Signs Of A Fallen World”. Um tema que nos deixa com afirmação de dever cumprido.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)