Lamb of God

Omens
2022 | Epic Records, Nuclear Blast | Groove/thrash metal

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Nem se deve questionar se a velha questão da frescura e da renovação são assunto assim tão relevante para uma banda como os Lamb of God, que sabem como fazer isso de modo a que a palavra certa seja “consistência” e não “repetição.” São nove álbuns com este “Omens” e nenhum é propriamente diferente. Mas também não têm aquele que os fãs gostam menos ou aquele ponto em que se começaram a desinteressar.

Esse número também já é curioso. Ainda se sente os Lamb of God como cabeças de uma nova onda, aqueles mais pesadões da fase de entrada de miúdos neste mundo da música pesada. Ainda são isso tudo, sim, mas agora já temos que nos lembrar que são veteranos com quase trinta anos de carreira e a contar já 22 desde a célebre estreia “New American Gospel.” Estes Lamb of God já têm mais do que bem definido que têm a sua fórmula aperfeiçoada e se já estamos todos um pouco fartos deste thrash moderno cheio de groove, laivos melódicos Suecos e uma entrada já directa para o metalcore, é porque muitos sucessores causaram a fadiga e não porque aqui a fonte original esteja realmente seca. “Omens” não é um álbum genial nem se tenta apresentar como tal. A familiaridade é apresentada, à bruta, em “Nevermore” e “Ditch” é do mais básico que se encontre no repertório dos Lamb of God. Mas nem um clássico como a “Ruin” é conhecido pela complexidade.

Procura-se a diversão e encontra-se de tudo isso nos riffs, nos breakdowns, naquela voz de múltiplo registo já tão imitada como a de Randy Blythe e até num bom refrão com malhas como a faixa-título ou a totalmente metalcoreGomorrah” a prometer vir a deixar muitos indecisos entre cantá-la em conjunto ou perder a cabeça na pit. Mas como nem só de “não mexer em fórmula vencedora” se faz isto, há o mais hardcore que os Lamb of God já tenham sido em “Denial Mechanism” e uma criativa “September Song” a levar a banda por uns caminhos meio dissonantes e meio épicos que não estamos tão habituados a ouvir. Ainda existe heterogeneidade num álbum de propósito e execução simples, que o é. O menu muda pouco, mas por alguma razão ainda vão lá muitos comer sempre.

Músicas em destaque:

Omens, Denial Mechanism, September Song

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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