Editado neste mês de Fevereiro, com selo da Lovers & Lollypops, o segundo álbum de JIBÓIA intitula-se “Masala” e é composto por sete cidades. Possivelmente porque a cobra serpenteia pelo mundo e conquista-o com as suas especiarias tropicais e ritmos quentes, numa empreitada onde Óscar Silva contou com a colaboração de Ricardo Martins na bateria e a produção de Jonathan Saldanha.

Duas da manhã. Uma cave, paredes de pedra escura e húmida. Pouca gente. Fumo, muito. E lâminas escondidas nos bolsos.

Cinco da tarde. Apitos de samba. Uma parada eléctica de duzentos tambores desfilam numa avenida quente e suja.

Meia-noite. Corpos conduzem-se por entre ruas estreitas. Passos apressados e rostos de guerra. É o início da noite junto ao rio escuro.

Meio-dia. Uma praça enorme cheia de gente e cheiros de comida. Gordura no chão. Cobras encurraladas em cestos de verga.

Oito da noite. Uma praia suja. Pechisbeques recolhidos em trapos escuros. A bófia chegou para limpar os pobres. Os camelos vagueam no areal.

Seis e meia. Uma festa despida. Trapos e sorrisos escuros em volta de um fogo a céu aberto.

Três da manhã. Uma floresta abandonada. Árvores negras que chocam umas com as outras. Madeira podre em estilhaços.