Reportagem


Blossoms

Bem vindos à Primeira Liga

NOS Alive

13/07/2018


Ordens do médico e uma bronquite complicada deixaram os The Kooks em casa. Para render os conterrâneos aterram em Lisboa os Blossoms. Depois de um concerto no ano passado no NOS Alive, no palco secundário, os rapazes de Stockport, como se apresentaram, foram promovidos à primeira divisão do festival por um acaso fortuito.

“I’m sorry The Kooks couldn’t make it,” desculpava-se não muito seriamente o vocalista, Tom Ogden, “You got us. Some of you are happy; some not.”

E sim, para quem esperava ver  The Kooks – muitos, a julgar pelos que cantaram durante a pequena incursão por “Naive” – receber a notícia à ultima hora que não haveria concerto, só pode ser chato. Mas na categoria de prémios de compensação, os Blossoms são o modelo caddilac.

Com novo álbum lançado este ano, tinhamos alguma curiosidade para este concerto. A verdade é que a banda foi prudente e voltou-se para “Blossoms”, de 2016, para garantir que tinha as armas mais capazes para conquistar o público. “At most a Kiss” e “Blow” foram os primeiros temas de um álbum todo ele pejado de singles.

Diga-se, os Blossoms parecem já uma banda grande. Comportam-se como tal, tem os singles orelhudos para o comprovarem e vestem-se a condizer. Pontos extra para Tom por trazer as calças de mãe ao género masculino.

Foi esta a história do concerto. À semelhança do ano anterior, os Blossoms passavam a pente fino o seu manancial de canções fáceis de entoar – novos temas como “Unfaithful” e “There’s a Reason Why ( I Never Returned Your Calls) juntam-se à festa –  que conquistam à primeira com partes iguais de rock alternativo e synth-pop.

“Are you still with us, Lisbon?” Sim, muito. “We got two more songs. You’ve been a wonderful crowd and you didn’t know we were gonna be here.”

O agradecimento pareceu sentido e depois de “My Favourite Room” – com a já tradicional dedicatória à ex-namorada de um tipo aleatório no  público – terminar, há o tal deslize para lembrar os Kooks.

Para terminar, os Blossoms despedem-se com “Charlemagne” com o riff de teclas mais memorável do primeiro álbum.

Um concerto que acabou por ser de aprendizagem para os fãs de The Kooks. Esperemos que a banda venha cá em breve, mas, para já, o NOS Alive ofereceu-vos a vossa próxima banda favorita.

Edição: Ao que parece o som esteve longe de ser o melhor que podia e isso terá afectado a qualidade do concerto. Onde estávamos, nada nos fazia querer que o técnico de som não estava a saber lidar com o que era preciso para fazer os Blossoms soarem bem. Fica a chamada de atenção.

Galeria


(Fotos por Hugo Rodrigues)

sobre o autor

Jorge De Almeida

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