De todos os tratamentos que morte, violência, uma profanaçãozinha de cadáveres de vez em quando, já teve na música extrema, existirá mas não parece abundar o ponto de vista do agente funerário depravado. Com certeza já terá sido uma curiosidade de toda a gente, então os Vomitous Iniquity prestam o serviço de nos apresentar isso, com um “Libellus Ephemerus I” bruto e arrepiante.
A partir daí, e antes de ouvirmos, antes de analisarmos os estilhaçados efeitos que cause, se quisermos tentar adivinhar o tipo de música que esta malta de Ovar toca, não será assim tão difícil. Alguma rock opera toda progressiva e muito sinfónica, de múltiplas vozes de power metal? Pois, rico disparate esse. Claro que o que aqui está é bem bruto e os próprios até se autdenominam como “Funeral brutal death metal,” por causa da temática. Não confundir com o “funeral doom,” que não há cá coisas lentas, muito pelo contrário. Devem atentar à tal parte do “brutal death metal,” que é a que grita – e grunhe – mais alto e que deixa o nosso pescoço num estado que, mesmo assim, ainda não deverá ficar próximo de como os pobres corpos desta estória ficam.
Com essa veloz brutalidade que agradará a fãs de Cannibal Corpse, Cattle Decapitation, Dying Fetus e alguns actos contemporâneos na berra como Sanguissugabogg, também surpreendem pela forma como recorrem à técnica sem cair em excessos, e à atmosfera – nem que seja com um pequenino empréstimo de black metal para esse efeito – porque o conceito tanto beneficia dela. Há boas referências para esta vertente mais violenta da música por cá, mas os Vomitous Iniquity muito rapidamente fazem de conta que já são banda antiga na cena para tomar conta de mais uma faceta dessa música por cá, a causar tanta satisfação quanto desconforto a cada riff, a cada blastbeat desalmado, a cada rugir possuído. E o “I” do título implica que haverá, pelo menos, um “II” no futuro. Vai ser bonito, vai…