Two Door Cinema Club

Tourist History
2010 | Kitsuné | Indie Rock

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Ao primeiro longa duração o trio irlandês parece trazer consigo a lição bem estudada e o resultado é um conjunto sólido de sonoridades indie misturadas com electrónica, a fazer lembrar Bloc Party e Phoenix, impulsionadas por um entusiasmo punk.

Tourist History é um registo extremamente directo, com músicas a oscilar entre os 3 e 4 minutos, e ao longo de todo o álbum há um claro sentimento de urgência empolgante que nos prende do princípio ao fim. Os ritmos acelerados unem-se a uma sensibilidade pop contagiante e a sua fácil audição cria um efeito viciante faixa após faixa.

A guitarra assume um papel preponderante e são os riffs orelhudos a conduzir músicas como, as mais melancólicas, Do You Want It All e Something Good Can Work e , as mais joviais, I Can Talk – melhor momento do álbum apesar da introdução- e Undercover Martyn, parecendo interagir e fundir-se com o inebriante som dos sintetizadores. O sempre presente baixo, cuja tentativa de produção de o impor resulta num dos pontos mais débeis do álbum, a determinada altura por muito que queiramos já não nos conseguimos dele abstrair.

A vertente assumidamente electrónica assume destaque no inicio do álbum em Cigarretes in The Theatre e no fecho com You’re No Stubburn num misto de Franz Ferdinand, LCD Soundsistem e Bloc Party, quando sintetizadores e a , bem dita, drum machine se chegam à frente.

Tourist History é um álbum cuja homogeneidade e solidez tanto se podem ter como pontos fortes e fracos. Apesar de directo e empolgante a forma repetida como cada música está estruturada será um desmotivador para audições repetidas sendo que, quase de forma contraditória, nunca sintamos vontade de passar qualquer uma das faixas a frente. Apesar de ser um álbum com momentos bons momentos atrás de bons momentos, não ganha em originalidade quando o olhamos como um todo, sendo acima de tudo um conjunto de boas canções que valem mais se as observarmos individualmente.

Em suma pedia-se um pouco mais, mais originalidade, mais riscos. No entanto, podemos e devemos esperar grandes coisas destes Two Door Cinema Club.


sobre o autor

Jorge De Almeida

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