The Birthday Massacre

Fascination
2022 | Metropolis Records | Rock industrial, Synthpop, Darkwave

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Para introduzir um habitual comentário ao novo “Fascination” dos The Birthday Massacre, vamos um pouco além da mera relação disco-ouvinte e entremos mesmo pela actividade do escriba dentro. Por vezes alguns dos textos já redigidos são relidos, quer por referência, quer por outra razão qualquer. Já os dois anteriores álbuns dos The Birthday Massacre passaram por estas páginas internautas e houve um certo espanto, por parte de quem os redigiu, ao reparar nas suas semelhanças. Diziam praticamente o mesmo.

É caso para realmente levantar-se uma certa questão. Conseguimos ser sempre muito elogiosos em relação à sonoridade dos The Birthday Massacre, mas se, ao ouvirmos “Fascination,” mantivéssemos a mesma ingenuidade e fosse sair um terceiro texto igual, temos aí algo a olhar. Talvez já esteja mesmo nesse ponto, talvez a banda Canadiana já ande a fazer o mesmo álbum e a última vez que fez arregalar olhos em simultâneo com uns alegrados ouvidos se calhar foi mesmo no “Pins and Needles.” A fórmula é a de sempre, as canções – talvez essas a soar um pouco mais positivas e esperançosas que há década e meia atrás, pronto – colam-se, a voz de Chibi ainda é das mais dóceis e o seu new wave revivalista, na sua veia mais gótica e industrial continua a soar unicamente aos próprios. É uma adoração aos 80s – até vai ali para os lados dos Alphaville na “Cold Lights” – e, a este ponto, também à sua própria discografia.

Mas temos que empregar os dois pontos de vista, já que o acompanhamento assíduo de lançamentos destes populares gógós não é feita por obrigação, há mesmo gosto e muito mérito na obra dos The Birthday Massacre. E além da questão de arriscar a repetir os dois últimos textos, dá para repetir a necessidade de uma “Red Stars,” “Blue” ou “In the Dark” para injectar mais um peso nisto, mas tal não chega ao cinismo. Se a banda soa sempre assim, também é porque quem os procura quer que eles soem exactamente assim. Ouvimos “Fascination” e “Dreams of You” a abrir o álbum e até pode vir mesmo a impressão de já termos ouvido aquelas canções em particular, ou então, ouvido de outra forma, é puro conforto bem-vindo. Ainda ninguém soa aos TBM e qualquer um mais aficionado poderá dizer o mesmo que aqui foi dito, substituindo o vocábulo “repetitivo” por “consistente.” É um “Fascination” que já não fascina assim tanto, mas talvez não precise. Longe de clássicos alternativos escondidos como “Violet” ou “Walking with Strangers” e com dificuldade em destacar-se numa discografia já quase a chegar à dezena. Mas também não deixa espaço para desilusões.

Músicas em destaque:

Cold Lights, Like Fear Like Love, The End of All Stories

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Ayria, Jakalope, Clan of Xymox


sobre o autor

Christopher Monteiro

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