Nile

The Underworld Awaits Us All
2024 | Napalm Records | Death metal técnico

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É uma discografia mesmo muito fiável a dos Nile, que chega aos dez discos com este novo “The Underworld Awaits Us All.” Parece uma maneira muito corriqueira de iniciar uma apreciação ao disco, mas é feito como quem está deveras impressionado com isso. Ainda por cima fazem tudo menos música vulgar e música extrema tão técnica como a deles já teve chances mais do que suficientes para se engolir a si própria.

A consistência não está só na velha inspiração Egípcia para o conceito e continuar a abordá-lo de forma tão bruta e violenta. Está na qualidade e na capacidade de conseguirem administrar aqueles que poderiam bem ser os seus exageros. Recorremos aqui a um ponto-de-vista pessoal do escriba, que defende bastante o “Ithyphallic,” que poderá ter espantado alguns que consideraram que o shreddanço desalmado da parte técnica da sua música estava em demasia. Considera-se aqui que não. Conseguem ser ora mais técnicos, ora mais brutos e, de vez em quando lá foge alguma maldição de um sarcófago reaberto em má hora, ora mais melódicos. Isso de disco para disco ou dentro de um só registo, como aqui em “The Underworld Awaits Us All,” mais uma demonstração de brutalidade que não impede temas de serem memoráveis, passagens técnicas de trocar os olhos sem cair na auto-indulgência e uma velocidade desenfreada que até sabe exactamente quando abrandar para pesar mais.

Aquela espécie de cântico em “Overlords of the Black Earth,” aquela espécie de voz operática em “Under the Curse of the One God,” ou aquela espécie de devaneio progressivo na faixa-título ajudam realmente para a versatilidade desta espécie de monstro mitológico sonoro. Groove no abrandamento de “True Gods of the Desert” e a estúpida velocidade de “To Strike with Secret Fang,” cuja curta duração pode enganar e fazer parecer o interlúdio ambiental que também tem que ter, – esse está na arrepiante “The Pentagrammation of Nephren-Ka” – são aquilo que constitui os Nile há três décadas e que continuam a executar com tamanha perfeição. Já superaram as dificuldades de se enclausurarem num só estilo e num só conceito, superaram mudanças significativas de alinhamento, e ainda aqui andam a editar discos pujantes como este. E claro que continuam a brincar aos títulos longos, que ali o da segunda faixa é simplesmente genial.

Músicas em destaque:

Stelae of Vultures, Under the Curse of the One God, True Gods of the Desert

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Origin, Dying Fetus, Suffocation


sobre o autor

Christopher Monteiro

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