Jade Bird só tinha 19 anos quando apresentou o EP de estreia que fez virar atenções para si, com um vozeirão de meter respeito e uma escrita de canções simples mas com hooks eficazes. O que fez dela, curiosamente, uma jovem britânica a lançar da melhor folk Americana que se pode ouvir actualmente.

Depois da surpresa, vem a confirmação. Agora com 21 anos, apresenta o seu auto-intitulado longa-duração de estreia que traz os singles que já tinha dado a conhecer, o impecável songwriting e também a introspecção pessoal juvenil nas letras das canções já ridiculamente maduras. Ou seja, tudo o que precisava para confirmar que é um talento a manter debaixo de olho. Uma dúzia de canções directas devidamente focadas na sua voz e no seu acompanhamento acústico que, sem que haja uma única canção que se escape a ficar presa no ouvido, passa pelas suas diferentes posições. Tanto quer rockar mais, – “I Get No Joy,” “Uh Huh,” “Love Has All Been Done Before” – como procura a comoção com baladas das mais minimalistas às mais compostas, – “Ruins,” “Does Anybody Know,” “17,” “If I Die” – como se reveste completamente com um manto Americano – “Going Gone” – sempre com uma base acústica que deve ao folk, ao country, ao indie, ao rock e à pop.

Com referências vocais e musicais mais clássicas – Stevie Nicks ou Janis Joplin – a mais modernas, – Brandi Carlile ou KT Tunstall – Jade Bird já tem as ferramentas, a ambição e a capacidade para se tornar uma estrela ou, dada a indústria manhosa em que se move, um tesouro meio escondido. Aparentemente ciente do que consegue fazer como escritora de canções e talvez não totalmente consciente de tudo o que consiga fazer com a voz, Jade Bird é uma belíssima revelação e dá gosto pensar que ainda está a começar este seu percurso.