Entrevista


The Leeway

Somos todos bons amigos, antes de membros de banda


© Elena Montemurro

O percurso académico e profissional de Pedro Barquinha levou-o até Nova Iorque e fê-lo abraçar o Folk e Bluegrass Americano. Daí até à criação dos The Leeway foi um passinho e após a edição de um EP no ano passado, a banda encontra-se agora a gravar algumas versões ao vivo das suas músicas enquanto pensa já em novo material para o seu álbum de estreia.

Olá Pedro, obrigado por responderes às nossas questões! Começando pelo início, quando é que surge o interesse pela música e decidiste que era isso que querias estudar e seguir?
Ora essa. Comecei a estudar música e a tocar bateria e guitarra no quinto ano. Um amigo meu tinha um pai baterista e foi daí que surgiu a influência.

Esse caminho levou-te até Nova Iorque e à New School for Jazz And Contemporary Music. Imagino que tenha sido um passo importante na tua vida e na tua carreira, o que é que te levou a dá-lo e correspondeu às expectativas que tinhas?
Sim, foi muito importante tanto a nível de ensino como a nível de contactos e de vida no geral. Correspondeu às expectativas de uma forma geral embora não pudesse na altura imaginar as mudanças que iriam ocorrer cá.

Já referiste que começaste como baterista, e isso fez-me pensar no Whiplash. De uma forma mais geral e não tão exagerado, alguma vez sentiste ou assististe durante este percurso àquele tipo de pressão?
Já não és a primeira pessoa a perguntar. Embora fosse mais interessante dizer que sim, a verdade é que não! Acho que existe um consenso entre todos os músicos de Jazz que viram o filme que é muito pouco realista! A única coisa que eu posso comparar à realidade é talvez a perseverança do aluno, porque existem realmente pessoas com esse tipo de ética de trabalho.

Acabaste por formar os The Leeway já em Nova Iorque, e esta talvez seja uma pergunta complicada de responder, mas hipoteticamente achas que se estivesses em Portugal a banda poderia ter seguido outro rumo completamente diferente?
O facto de estar em Nova Iorque influenciou tanto o meu percurso que diria que de certeza que não existiria The Leeway em Portugal. Iria haver outro projecto diferente meu, mas os The Leeway só são possíveis pela minha exposição ao Folk e Bluegrass Americano e isso só aconteceu pela minha presença cá.

Editaram o primeiro EP no ano passado. Como é que foi essa experiência? Sentes que foi um assentar de fundações para aquilo que querem fazer no futuro?
A experiência foi óptima. Eu gosto de ter sempre projectos a andar e penso que como músico, a gravação de um projecto pessoal é sempre uma parte muito importante do processo. Sim, acho que foi uma boa introdução ao público.

Já em 2015 regressaste ao Bunker Studio com a banda para gravar quatro músicas ao vivo que irão ser lançadas mensalmente acompanhadas do respectivo vídeo. Como é que surge esta ideia?
Visto que o primeiro EP saiu o ano passado, queríamos essencialmente lançar mais material antes de gravarmos um álbum completo de estúdio.

O primeiro vídeo dessa sessão está já disponível e é uma versão mais íntima da música “If Only”, apenas contigo ao piano. Podes falar-nos um pouco mais deste tema e da razão que vos levou a repescá-lo para este “The Bunker Sessions”?
Foi a primeira música que compus para o projecto e continua a ter um significado especial por isso achei que seria uma boa introdução a esta série de vídeos.

Sendo ainda um projecto recente, sentes que o vosso funcionamento enquanto banda é cada vez mais coeso? Pergunto-te isto porque fiquei com a sensação que começaste quase como um projecto a solo e ao qual depois se juntaram outros músicos. Como é que tem sido o vosso processo de composição até agora?
Sinto que somos coesos como banda, mas de uma forma que continua a depender de mim como líder e compositor. A banda começou comigo por isso assumo que eu vá continuar a compor a maior parte das músicas. Mas claro, as opiniões de todos são válidas em ensaios e no que toca a fazer planos para o futuro. Somos todos bons amigos, antes de membros de banda.

Após a edição destes quatro temas ao vivo o próximo passo será começar a preparar o vosso primeiro longa-duração? É algo em que pensam ou estão neste momento apenas focados neste mini lançamento e em tocar ao vivo?
Eu gostaria de lançar um álbum completo antes da primavera do próximo ano. Vamos ver como correm as coisas.

E por falar nisso, há algum plano de apresentar The Leeway em Portugal nos próximos tempos?
Espero que se lançarmos um álbum antes da primavera, possamos ir a Portugal e dar alguns concertos para promover o disco!


sobre o autor

Hugo Rodrigues

Multi-tasker no Arte-Factos. Ex-Director de Informação no Offbeatz e Ex-Spammer na Nervos. Disse coisas e passou música no programa Contrabando da Rádio Zero. (Ver mais artigos)

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