Reportagem


Trivium

Os herdeiros directos de uma era

VOA

06/08/2017


A edição de 2017 do VOA – Heavy Rock Festival terminou com um dos grandes nomes do metal actual, os norte-americanos Trivium. Mesmo não convencendo alguns metaleiros cépticos da velha guarda, a verdade é que são mais que notórias as influências da banda, que passam por uns Metallica, uns Iron Maiden ou uns Megadeth na era de ouro. Hoje em dia, apesar de beberem muito dos primórdios do thrash metal, são do melhor que se faz dentro do estilo a nível mundial.

Na recta final deste festival, foram muitos os resistentes que ficaram até ao fim para ver e ouvir a banda, que conta com uma larga base de fãs no nosso país. Assim, pelas 23h, a frente do Palco Principal estava bastante bem composta, num dia que provavelmente foi o que teve mais afluência.

Depois de se ouvir a pesarosa intro “The End of Everything” começa “Rain”, curiosamente as duas faixas que dão início a Ascendancy, de 2005, um dos mais estimados álbuns da banda. “Watch the World Burn” continua a festa até “Strife”. Segue-lhe “Down From the Sky”, tema com um riff orelhudo no refrão e bem conhecido e entoado pelo público. “Until the World Goes Cold”, “The Sin and the Sentence” e “Built to Fall” são a sequência que deixa o público enfurecido, entre circle pits e headbangs.

“A Gunshot to the Head of Trepidation”, talvez a canção que a maioria podia reconhecer, é um dos pontos altos. E é nos tons mais graves que a voz de Matt Heafy se adequa e não tanto na parte melódica. Diga-se de passagem que é das faixas com mais pujança e que mesmo não gostando da banda, há que reconhecer a demolição deste tema. Passamos “Kirisute Gomen”, em que imperam os guturais até que chegamos a “Silence in the Snow”, outra das mais recentes, extraída do álbum com o mesmo nome. “Forsake Not the Dream” abre alas para “Dying in Your Arms”, um pouco esquecida por quem não conhece os primeiros trabalhos da banda, mas certamente na memória dos fãs die-hard. Há ainda tempo para “Throes of Perdition”, “Like Light to the Flies” e “Capsizing the Sea”.

O que seria de um concerto de fecho de festival sem um encore? Os Trivium não nos deixaram mal e voltaram para tocar “In Waves”, arrancando os mais severos headbangs. No final, o saldo é sempre positivo quando se trata de Trivium. O facto de serem uma das bandas grandes da sua geração traduz-se em excelência. A voz de Matt Heafy não pareceu nos melhores dias, mas o instrumental é, como sempre, irrepreensível.

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(Fotos por Paulo Tavares)

sobre o autor

Andreia Vieira da Silva

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