Ambient contra free jazz no Sabotage

por José V. Raposo em 3 Junho, 2019 © Pedro Jafuno

A Nariz Entupido, selo e promotora de Lisboa, não se esqueceu de que a época futebolística acabou e leva ao Sabotage Club dois desafios de monta para esta quinta-feira, dia 6: Aires-João Valinho e Luís Pestana-Luís Vicente. Sobre os primeiros, dispensam grandes apresentações: Valinho é um artista multimédia que exorciza a falta de rumo artístico através não só das artes plásticas mas também do vigor da percussão e Aires (ou Vítor Bruno Pereira, não o do café onde os Cornettos são moles e as bebidas são mexidas à moda de GG Allin) é da cúpula do Colectivo Casa Amarela, cada vez mais nome de proa da música experimental, ambient e noise nacional – consoante lhes der na telha quando se lembram de pegar na tralha para criar. Tem também um disco novo recém-lançado: Modernidade Líquida. Depois de umas sessões de ambientação (piada intencional) ao relvado, servirá a actuação para estrear um projecto novo de ambos.

Por seu turno, Luís Pestana (que participou na primeira compilação do novíssimo colectivo 00:NEKYIA), produtor com afeição por camas e sonhos – ouça-se Adormecida –, junta-se a outro Luís, o Vicente, trompetista versátil de vasta colaboração (Paal Nilssen-Love, Jari Marjamaki, Carlos Zíngaro, Akira Sakata e tantos outros) que bem pode dar nos drones ou fazer bandas sonoras de acompanhamento de filmes mudos.

Se não rumarem a Norte para o Primavera escusam de ficar em casa a remoer. Antes façam a alegoria da caverna ao contrário: fujam da realidade das sombras da plebe bêbada do Cais do Sodré e desçam à cave(rna) do Sabotage para um par de horas de luz musical. Se vos pedirem palavra-passe digam-na, pois: NOISE. PONCHA. RONALDO.

Entrada: €6. Mais informação ali dentro: https://www.facebook.com/events/422762691878761


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José V. Raposo

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