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Antes que o tempo comece a arrefecer, alguém nos quis trazer assim umas brisas já mais frescas. Alguém que também nos vem lembrar que o black metal mais atmosférico até pode ser coisa que sature com alguma rapidez, mas que quem já desenvolveu o seu próprio cunho há um bom tempo, tem direito à atenção reforçada a cada novidade. E já não temos os Wodensthrone lá de lados Britânicos e talvez começasse a preocupação sobre termos ainda Winterfylleth nas nossas vidas, já que foi a maior espera que já tivemos por um disco deles.
E afinal só precisavam desse tempo para estarem à vontade para editar o seu melhor disco. Ou perto disso, se a paixão por algum dos antigos, aquele que seja o da descoberta de cada um, realmente for muito intensa. Mas é pertinente colocar “The Imperious Horizon,” pelo menos, lá à beira. Sem presunções, com muita honestidade, pode ser uma lição para aqueles que permitem que o black metal atmosférico paisagístico se torne aborrecido. Porque dá para fazer isso de forma entusiasmante, como sempre fizeram os Winterfylleth. Que, fora a excursão acústica no dark folk de “The Hallowing of Heirdom,” nunca fizeram mudanças radicais na sua fórmula. Mas fazem-nas na mesma. E “The Imperious Horizon” pode ser o mais agressivo do já vasto conjunto discográfico.
Conseguimos ouvir a belíssima capa. É bonito, sim, até pacífico. Mas tem que haver algo de tumultuoso. Ou seja, a música é melódica, é atmosférica, até consegue algumas passagens relaxantes, e isso só em solos à la heavy tradicional a fechar a faixa-título, sem ter logo que recorrer aos inevitáveis interlúdios acústicos. Mas tem que ter alguma violência. Isto ainda é black metal e estão aqui alguns dos riffs mais selvagens do reportório dos Winterfylleth. Um crescendo catártico como o de “Upon This Shore” leva-nos mesmo para a escalada de uma gelada montanha, desde o difícil trajecto ao triunfante alcance do cume. E para elevar as coisas a um outro patamar de épico, recorrem a um inconfundível vocalista do país vizinho: Alan Nemtheanga dos Primordial, em “In Silent Grace,” como só ele sabe. A forma como se segue uma breve “To the Edge of Tyranny,” do mais straightforward black metal que já fizeram, expõe a improvável heterogeneidade do disco. Uma valente obra condensada só nas quatro faixas descritas neste parágrafo, mas faz toda a sua longa duração valer. Até justifica a coragem ganha para atirar-se a uma versão dos Emperor. Afinal temos Inverno este ano e dá para injectar vida no black metal atmosférico.
Dishonour Enthroned, Upon This Shore, In Silent Grace
Wodensthrone, Saor, Wolves in the Throne Room