Whitesnake

Flesh & Blood
2019 | Frontiers Records | Hard rock

Partilha com os teus amigos

Que os Whitesnake sejam já uma staple de rádios de rock clássico com os seus êxitos da segunda metade da década de 80, não significa que tenham ficado por aí. Houve suficiente música nova nesta década e na anterior para que todos os bebés que já tenham sido feitos ao som das suas canções de assinatura os possam desfrutar. “Flesh & Blood” atrasou-se mas chegou para recordar que não é a idade que impede alguém de rockar.

David Coverdale é um senhor já com os seus 67 anos, por muito pouco que tal se denuncie na forma como ainda canta e a sua experiência como um icónico vocalista deste grande grupo, já depois de ter feito parte dos Deep Purple, ainda ajuda para o conforto com que canta como se realmente ainda fosse 1987 e estivessem na berra. E Whitesnake, também esse nome já leva muitos anos e várias fases. Começaram mesmo como uma espécie de pós-Deep Purple voltados para os blues, antes de transitar para os glam rockers comerciais que conquistaram o mundo. Se os fãs estão divididos por esses campos, organizem-se porque “Flesh & Blood” tem um pouco de ambas as fases, moderniza-se um pouco, – pouquinho, isto é mesmo para a nostalgia – continua a falar do mesmo de sempre e Coverdale mantém os mesmos tiques e os “babys” que recordem que é fã de Robert Plant/Led Zeppelin, caso alguém se esqueça.

Good to See You Again” e “Heart of Stone” vêm acalmar quem achasse que já não davam para ser uma banda de bluesy hard rock; “Hey You (You Make Me Rock)” relembram que Coverdale é um escritor de canções da década de 80 para a década de 80, com uma divertida abordagem nostálgica e revivalista; como foi o glam que lhes rendeu uns bons dólares, há “Trouble Is Your Middle Name,” “Well I Never” e “Get Up” que serão das canções mais cantaroladas após ouvir o disco; claro que são os eternos baladeiros da “Is This Love” e trazem “When I Think of You (Color Me Blue)” e “After All” para o lembrar; até há espaço para algumas interessantes experiências como a influência oriental de “Sands of Time.” Quão datado e por vezes até fatela possa soar, é honesto nessa sua abordagem de “rock and roll carnal” e nem lhe podíamos pedir mais, especialmente após tanto ligeiro abanar de cabeça e batimento de pé que houve ao longo da hora de duração de “Flesh & Blood.” Dos melhores discos dos Whitesnake? Não exageremos. Mas melhor que o que podíamos esperar deles actualmente.

Músicas em destaque:

Good to See You Again, Heart of Stone, Sands of Time

És capaz de gostar também de:

Def Leppard, Deep Purple, Van Halen


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos