Van Canto

Trust in Rust
2018 | Napalm Records | A cappella, Power metal

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Todos os que já conhecem os Van Canto ainda se devem lembrar da primeira vez que os viram ou ouviram e da reacção. Uma banda de heavy metal, a tocar versões de clássicos de Metallica, Manowar, Iron Maiden, Nightwish, entre outros, cujos únicos instrumentos eram uma bateria e vozes, a riffar a cappella. Era adorar ou odiar, embora o piadão que se achava àquilo fosse garantido. Mas os Alemães lá levam a piada muito a sério e uma dúzia de anos depois cá está “Trust in Rust.”

Com vários discos editados aquele impacto inicial de algo tão peculiar e diferente foi-se esbatendo com o tempo e, sendo verdade que ao mudar qualquer coisa poderia levar a uma perda de identidade, não deixa de ser uma limitação. Todos os “dundundun” e “muhmuhmuhmuh” ou “deedlydeedlydeedly” e mais uma série de novas onomatopeias improváveis para imitar riffs estão cá. Falta o interesse. E até as malhas, quando já sabíamos que as canções originais não tinham um décimo do apelo das recriações das músicas conhecidas. Aqui Helloween e AC/DC são os homenageados, com as suas covers menos memoráveis até à data. E o desinteresse das canções originais, que lá têm toda aquela aura de power metal épico mas que pouco mais temos para as oficializar como metal além da palavra deles, também se realça.

Pouco impacto de um novo vocalista principal. Até porque a malta quer é ouvir os outros a fazer ruídos. Claro que não se nega o talento àquelas criativas goelas – então aquele menino dos solos de “guitarra” é que deve ter sempre destaque. E, para quem não os conhece ainda e os descobrir por aqui, terá o seu impacto. Mas é uma gimmick, não dá para levar muito a sério e, como tal, o encanto vai-se desvanecendo. É que já lá vão sete álbuns disto!

Músicas em destaque:

Back in the Lead, Ride the Sky, Hells Bells

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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