Vader

Solitude in Madness
2020 | Nuclear Blast | Death metal

Partilha com os teus amigos

Vindos da Polónia, pode ser esse posicionamento geográfico que não os coloque imediatamente entre os primeiros nomes a ser citados nos gigantes do death metal, pendendo-se mais para o norte ou para outro continente. Se for para listar os grandes da Polónia, até podem ser os segundos enumerados logo a seguir aos Behemoth, o que já nem é mau. De alguma forma tem que haver um reconhecimento pelos Vader como colossos da música extrema após mais de trinta aninhos nisto e agora com “Solitude in Madness” a completar a dúzia de álbuns.

E o crédito tem que ser dado à sua consistência, com uma qualidade constante, mesmo que não sempre ao exacto mesmo nível, ao longo de toda a sua discografia para que “Solitude in Madness” chegue sem pressões para trazer algo de novo e inovador, e com uma certa garantia de que castanhada da marca característica destes Polacos vai haver. É death metal como mandam as velhas leis, com um toque moderno para não andar a brincar aos revivalismos – nunca precisaram disso – e um músculo que prove que eles até podiam constar entre os pioneiros desta brincadeira. Que conste que eles são contemporâneos dos vários “inventores” do death metal, mas nesses tempos andavam a tentar fazer-se à vida como uma banda de speed metal com aromas de thrash. Compreende-se, o ar que se respira através dos riffs demolidores destas canções é puro thrash.

Com Peter Wiwczarec a escarrar ódio à sua maneira reconhecível, além de fazer tremer solos com riffs, – e com solos também, se brincarmos com o trocadilho – em conjunto com o relativamente recente mas já enraizado Spider Pajak, e “Solitude in Madness” é uma curta e grossa lição de death metal sem floreados, apenas brutalidade. Só a forma como “Shock and Awe” entra já é de escancarar uma porta à patada, mas a explosão de “Into Oblivion” ainda é mais doce. Já estamos conquistados ao início e, no resto da sua duração, não se conhece a palavra “filler.” Em menos de meia horita, isto está feito e assim que se recupere o ar, uma forte opção do que se fazer é mesmo tornar a rodar o disco. Que existam mais propostas mais originais e interessantes, mesmo dentro do espectro death metal? Com certeza, mas com os Vader, pelo menos, podemos sempre contar.

Músicas em destaque:

Into Oblivion, And Satan Wept, Stigma of Divinity

És capaz de gostar também de:

Asphyx, Hypocrisy, Behemoth


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos