Turbonegro

RockNRoll Machine
2018 | Scandinavian Leather Recordings, Universal Music | Punk rock, Hard rock

Partilha com os teus amigos

Poucos actos tão gozões como os Turbonegro existirão a descarregar tanta malha como os Noruegueses já o fizeram. Autores de alguns dos maior hinos do punk rock, bem maquilhado com glam e sleaze, são da sua autoria e já ninguém os tira da história. Mas, como em muitos casos de veteranos aclamados, a coisa por vezes começa a esmorecer e a banda parece andar meia perdida desde a saída de Hank von Helvete da mítica e reconhecível voz. “RockNRoll Machine”, o segundo com Duke of Nothing, e após uma espera de cinco anos, vem com algo a provar.

Se torcermos o nariz à capa, ao semi-conceito do disco – ou das primeiras três faixas, pelo menos – e à homenagem à cheesyness do rock da década de 80, então o erro é nosso. Estaríamos a levar os Turbonegro a sério! Mantêm a atitude divertida e descontraída, com tributos ao passado, com algumas malhas memoráveis aqui e ali. Mas clássicos como “Apocalypse Dudes” ou “Party Animals” devem ter deixado a fasquia demasiado alta, porque ainda falta aqui muita força.

No entanto destaca-se a simplicidade contagiante de “Hurry Up & Die”. Depois encontram-se muitas encomendas feitas directamente a actos clássicos do rock. “RockNRoll Machine” vem dos AC/DC, “Fist City” traz qualquer coisa de Danzig, o banho da graciosa foleirice de sintetizadores dos 80s de “Skinhead Rock & Roll” pode vir de Van Halen dessa década, “Hot for Nietzsche” é The Who reconhecível e “John Carpenter Powder Ballad”, uma das melhores do disco, é uma total celebração do AOR e toda a sua lamechice. A brincar, é a canção que os Starship gostavam de ter feito a sério.

Umas homenagens muito bem conseguidas e outras a roçar a banda de covers. É o que acontece ao longo de todo o disco, temas muito bons a lembrar uns Turbonegro em boa forma e outros a ficar esquecidos, sem propor algo de especial. Uma abordagem ao mais belo e parolo dad rock dos anos 80, com um tratamento Turbonegro podia ser brilhante, mas traz apenas algumas boas canções, num disco que fica a meio do caminho e não chega a corresponder totalmente ao que se espera destes divertidos Noruegueses.

Músicas em destaque:

Part III: RockNRoll Machine, Hurry Up & Die, John Carpenter Powder Ballad

És capaz de gostar também de:

Asia se fossem punk, Misfits se fossem AOR


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos