Sirenia

Riddles, Ruins & Revelations
2021 | Napalm Records | Metal gótico/sinfónico

Partilha com os teus amigos

Aplausos para os Sirenia que chegam ao terceiro disco com a mesma vocalista, lá tomaram o gosto ao talento da Francesa Emmanuelle Zoldan, de currículo já tão ou mais vasto que o dos próprios Sirenia. “Riddles, Ruins & Revelations” já é o décimo, no total, deste que sempre foi um projecto de Morten Veland pós-Tristania, que justifique o estatuto rotativo das vocalistas e a sua superação a um Tuomas Holopainen, no que diz respeito à troca da cara na frente da banda e que lhe dá voz.

E seria realmente só aí que ultrapassaria o líder dos Nightwish e a sua banda, não haverá agora alguma coisa que faça muito por elevar os Sirenia além de uma “segunda divisão” do metal sinfónico/gótico, de ocasional contraste “bela e o monstro” nas vozes, que já chegou a existir ao pontapé há coisa de uma década e pico atrás. Nem no novo “Riddles, Ruins & Revelations,” cujo aviso de grande mudança sonora deixou-os igual mas a substituir a parte sinfónica por uns sintetizadores mais electrónicos e pop, como se de uns Amaranthe mais pesaditos se tratassem. Os tais sintetizadores realmente pendem mais para o industrial, do que para o sinfónico, mas a roupagem e a estrutura dos temas acaba por ser a mesma. Lá que a combinação das teclas com o riff de “Into Infinity” até traga qualquer coisinha de Rammstein da velha-guarda em versão light, não nos apanha muito de surpresa. Tudo é ainda um seguimento básico de “Arcane Astral Aeons,” apenas com um maior excesso de açúcar.

É claro que a performance de Emmanuelle é exímia, não se tratasse ela de uma estupenda vocalista e Morten ainda é um multi-instrumentista e compositor de invejar. E até tem temas engraçados para se cantarolar e a cover da clássica “Voyage, Voyage” da Desireless, ainda devendo muito à original, acaba por ter a sua graça. Mas tem muita coisa a resistir. A tolerância àqueles eurosynths por vezes datados, – e quase insuportáveis e inaudíveis numa “Beneath the Midnight Sun” – o efeito “pastilha elástica” de se desfrutar por um tempo até perder o sabor, às vezes muito rapidamente, e o timing. É que isto foi lançado umas meras duas semanas antes de sair o novo e bem mais antecipado dos Epica, a prometer ofuscar completamente e fazer questionar quantos vão realmente querer saber muito deste “Riddles, Ruins & Revelations”…

Músicas em destaque:

Addiction No. 1, Into Infinity, Voyage Voyage

És capaz de gostar também de:

Edenbridge, UnSun, Katra


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos