“Strike.Smother.Dehumanize.” Temos novo disco dos Revenge. Este distingue-se pelo seu título composto por três palavras separadas por pontos e pela capa minimalista, à base do preto e branco e algum feitio de caveira no centro. Ou se calhar é exactamente isso que andam a fazer desde o início do século, eles querem lá saber, e já vão na meia dúzia de discos assim, que já nem o fã sequer se tente dar ao trabalho de os distinguir.

E se é assim só na parte gráfica, o que dizer do quanto varia a sonoridade? Nadinha, no máximo só soará mais violento e odioso que antes, mas nem disso pode haver certeza, que esta malta sempre foi bastante ácida na sua pouco coordenada fusão de tudo o que é extremo, bebendo ao black, ao death, ao grindcore, e vomitando tudo a seguir nestas descargas. A introdução é à Revenge. E, com introdução, devemos referir-nos à falta dela, isto entra logo à patada e “Reaper Abyss (Real Rain)” já deixa tudo de pantanas para que a dose só aumente ao longo da meia hora que se siga. Parcialmente a desafiar qualquer conceito de estrutura musical, mas também parcialmente a debitar uns tremendos riffs de argumento de defesa, que afinal há algo memorável num “Strike.Smother.Dehumanize” ou em qualquer um dos antecessores. Os abanares de cabeça justificam-se e há razões concretas para voltarmos – seja um riff thrashado bem estruturado ou uma barulheira vocal ou instrumental, há tudo isso em “Salvation Smothered (Genocide of Flock)”

Eles querem saber de absolutamente nada, isto é só ódio e violência. E precisamente por isso, a rédea pertence-lhes e são uma garantia, aqueles gajos a quem podemos recorrer quando se procura apenas algo visceral e raivoso. Há coisa mais adequada para os tempos actuais? Mas também há argumento fácil contra eles, por andarem a fazer exactamente a mesma ruideira há anos, disco após disco. E estão. Mas o importadíssimos que eles soam…