Rammstein

Rammstein
2019 | Universal Music | Metal industrial

Partilha com os teus amigos

O tempo até pode passar depressa mas já se sente o esticão dos dez anos desde que “Liebe Ist fur Alle Da,” ele próprio um regresso, nos trouxe a nova remessa de polémicas, excentricidades e, mais importante, malhas dos Rammstein. São coisas que fazem falta ao longo de uma década e que ajudaram na construção da antecipação deste novo álbum auto-intitulado – ou sem título.

Só na controvérsia instalada com o videoclip de promoção de “Deutschland” e os ares de “Sehnsucht” que se sentiam no segundo singleRadio” já tínhamos a indicação de que realmente tínhamos os Rammstein de volta. Como os conhecemos, visto que já não são banda com fórmula a mexer. Está tudo muito simplificado, em termos de título, de capa e de abordagem. Com o estrondo de três álbuns de rajada como foram os três primeiros, que muitos invejarão e desejarão conseguir o mesmo, basta saber fazer malhas novas que soem frescas e entusiasmantes, daquela maneira que queremos que os Rammstein soem. Mesmo já sendo acusados de estagnação após esse perfeito hat-trick inicial, ainda sabem como evitar o conforto e o piloto automático, soando a eles próprios, sabendo sempre manter a agressividade, as suas quirks e o seu humor torcido tongue-in-cheek relevante, para que sejam tão “ameaçadores” como eram quando metiam medo com a “Ich Will.”

Há as características teclas de Christian Lorenz a aprimorar o factor identidade e a trazer recordações de uma “Du Hast” para “Radio,” assim como a realçar a falta de qualquer medo de deixar entrar o eurodance como em “Auslander” ou a trazer uma outra aura e sensualidade digna de uns Nine Inch Nails como em “Was Ich Liebe;” “Puppe” é um dos grandes destaques do disco e uma impressionante performance de Till Lindemann, com uma melancolia, desespero e tema lírico tão pesado que faça frente a uma “Mutter” enquanto uma muito mais descontraída “Tattoo” traz logo aquele riff com “Rammstein” na etiqueta, a puxar ao famoso “Till hammering” e que nos possa remontar logo a uma “Wollt ihr das Bett in Flammen Sehen.” Não há uma única cópia a algo que já tenham feito, mas as comparações pegam em referências antigas, o que poderia significar um retorno às raízes ou que realmente ainda conseguiram reproduzir a mesma pujança e relevância, com a habitual sonoridade e as habituais críticas a temas como o nacionalismo, – “Deutschland” é um pedregulho num charco de água suja – a religião e outros temas mais obscuros como o tráfico humano. Estão de volta e de que maneira. Em toda uma década, isto já fazia muita falta.

Músicas em destaque:

Deutschland, Radio, Puppe

És capaz de gostar também de:

Stahlmann, Lindemann, Emigrate


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos