Katatonia

Sky Void of Stars
2023 | Napalm Records | Metal alternativo/progressivo, Metal gótico

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A falta que sentíamos dos Katatonia, nos três anos entre este “Sky Void of Stars” e o anterior “City Burials.” Se não contarmos a sua regular presença com alguma compilação ou álbum ao vivo. É, os Katatonia parecem ter medo de que alguém se esqueça deles. Estão sempre aí. E a gente perdoa porque lá que pareçam uns chatos por isso, têm uma discografia que chega agora à dúzia e nos dificulta a procura do mau ali do meio. Não é fácil encontrar o elo mais fraco.

Claro que haverá preferências por fases. Se os Katatonia têm aqueles álbuns confortáveis de fórmula já feita pelo meio, é porque estão a meio de um caminho, antes de nos trocarem as voltas. Esta malta já berrou desalmadamente em música death doom altamente depressiva e já soube transitar para um metal mais suave e alternativo, de farda melódica. Altamente depressivo, sim. “Sky Void of Stars” podia continuar a expansão mais progressiva de “City Burials” e realmente tem tudo que indica que é o seu seguidor. Mas vai buscar mais dos outros Katatonias que já foram. Sem a pretensão de querer superar o clássico contemporâneo que é “The Great Cold Distance” ou o seu seguidor cheio de músculo capaz de tornar o ser gógó fixe outra vez, “Night Is the New Day.” São os Katatonia no seu mais embalador. A explorar a veia progressiva dentro de canções de estrutura mais simples.

O foco na melodia já é fixo. E a voz de Jonas Renkse, o protagonista. Por fantásticos que sejam os primeiros discos, dos tempos da gritaria, é pelos talentos melódicos e capacidade de pintar tanta paisagem cinzenta com ela que “The Great Cold Distance” pode ter mesmo do seu melhor trabalho. “Mas a “My Twin” é só uma balada emo com power chords no refrão.” Pois é, mas é um espectáculo e um malhão assim mesmo como é. “Sky Void of Stars” tem mais canções dessa marca, sem se ficar pelo tão simples e recorrendo a novas ajudas surpreendentes como os sintetizadores – que por vezes são o esqueleto, como em “Birds.” Que precise de mais algumas audições para que realmente todos os temas se tornem memoráveis, que seja. Vale a pena cada rodagem. Nada que nos entristece nos deixa tão alegres como mais um novo disco dos Katatonia.

Músicas em destaque:

Opaline, Birds, No Beacon to Illuminate Our Fall

És capaz de gostar também de:

Paradise Lost, Anathema, Ghost Brigade


sobre o autor

Christopher Monteiro

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