Delain

Dark Waters
2023 | Napalm Records | Metal sinfónico

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Já de volta aos básicos e menos voltados para antever apocalipses relaxados, “Dark Waters” é o álbum da arrumação da casa. Nenhum fã terá facilmente superado a surpresa quando foi anunciada a retirada de toda a banda, à excepção do teclista Martijn Westerholt, o ex-Within Temptation que, por acaso, sempre quis que este fosse o seu projecto. Recuperou guitarrista e baterista antigos, com novo baixista e nova voz.

Dark Waters” vem com algo a provar. Mesmo sem terem aquela distinção tão a léguas de outros actos da onda do metal sinfónico, já tinham a sua identidade formada e as mudanças foram profundas. Muita pressão especialmente sobre Diana Leah, com o trabalho difícil de substituir a tão talentosa e carismática Charlotte Wessels. Passa o teste de imediato. O talento, não se esperaria que não estivesse lá, mas a sua voz também traz o aconchego da familiaridade. Ouvimos “The Quest and the Curse” e “Beneath” e apercebemos-nos das semelhanças nas vozes. Permitem o mesmo efeito, o que também reverterá alguns créditos para a escrita de canções que consegue adaptar-se a mais do que uma voz. Uma parte bastante nuclear parece aprovada.

Então olhando aos temas e canções, “Dark Waters” é inconfundivelmente Delain. Sempre a pender para o lado mais adocicado do metal sinfónico do que aquele mais épico e complexo, “Dark Waters” chega a superar o anterior em temas de colar ao ouvido. É pop que convidam e deixam entrar nos refrães e um como o de “Moth to a Flame” até traz muito de AOR, sem dispensar o peso nas guitarras, a atmosfera na sinfonia e canções que se permitam distinguir por deixar entrar mais dessa intensidade. Portanto o medo de mudanças é superado, até a capa remonta ao habitual e foge à mais atípica do “Apocalypse & Chill.” Isto é para o fã deste estilo, sem argumentos para convencer outros, e fazem por continuar a reinar o departamento mais melódico, mais pop e mais catchy deste tipo de música. O que pode ser posto em questão é precisamente o quão igual se manteve tudo. Novo ponto de partida ou desperdício de uma oportunidade de agitar e entusiasmar um pouco mais as coisas?

Músicas em destaque:

The Quest and the Curse, Moth to a Flame, Invictus

És capaz de gostar também de:

Within Temptation, Katra, Sirenia


sobre o autor

Christopher Monteiro

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