Aqui esta área ibérica começa a tornar-se pequena para alguns dos actos que daqui brotam. Temos nós uns quantos. Aqui ao lado também não há razões de queixa e os Angelus Apatrida já levaram o seu thrash ao mundo inteiro, deixando fãs agradados e a salivar por mais. Assim de forma tão simples viraram coqueluche. E o “Aftermath” desse crescimento é mais um grande disco de uma banda que não se quer deixar ficar de braços cruzados.

Isto é thrash, é para ser uns chutos para a frente, muito riff rápido, tudo a rasgar e temos o que é preciso. Um pouquinho mais de músculo groove se for para ser do mais moderno, um pouco mais venenoso e com ligações ao heavy tradicional se for para ser old school. Os Angelus Apatrida são alunos dedicados e sabem bem as lições todas. Há das duas vertentes. É um dos segredos do seu sucesso. A forma como fazem ora uma coisa mais à Slayer, ora outra mais à Pantera no mesmo disco e sabemos que são o mesmo grupo e qual é. A dificuldade está em conseguir fazer isso. Mas cá está a mesma assinatura reconhecível tanto nuns petardos à Overkill como “Scavenger” ou “Rats,” como numas pomadas que façam lembrar Trivium como “Cold” ou “To Whom It May Concern” que também traz algo de Machine Head quando brincam ao épico.

Não é sítio onde se espere muito espaço para surpresas mas ainda são possíveis e estão reservadas para os convidados. O que podia ser apenas um exercício de “namedrop” de caras conhecidas a indicar os acessos e solo que já conquistaram, – com Jamey Jasta e Todd La Torre como potenciais destaques principais – é, na verdade, onde deixam entrar mais influências exteriores. A mais surpreendente será a presença do rapper espanhol Sho-Hai e a mais familiar poderá ser mesmo a de La Torre, mesmo que esta até sirva para provar as ligações que os Angelus Apatrida têm com a vertente mais à antiga da coisa. E o lugar da banda no panorama thrash, que já podia estar tão saturadinho e se calhar até está, mantém-se com um tal conforto que nem justificaria tanta raiva que ainda conseguem descarregar em “Aftermath.” Sendo assim, que nunca encontrem essa paz!