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World War Z
Título Português: WWZ: Guerra Mundial | Ano: 2013 | Duração: 120m | Género: Acção, Terror
País: EUA | Realizador: Marc Forster | Elenco: Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz

O mundo ocidental aguarda pacientemente o apocalipse e a indústria cinematográfica tem abordado frequentemente esta temática, porque – afinal – nestas matérias o medo é proporcional à curiosidade. São diversos os perigos eminentes, do conflito armado à propagação de um vírus mortal de escala global. 2009 foi o ano de tomada de consciência, quando assistimos ao mais impactante surto da era moderna: o vírus H1N1, de evolução rápida, que percorreu e se alastrou pelos vários continentes.

Baseado no romance literário de 2006 com o mesmo título, o filme World War Z do realizador Marc Forster repete a história: uma infeção que parte de oriente, revelando sintomas de agressividade animalesca nos infetados, estende-se pelo globo. Talvez pelas parcas condições sanitárias ou pela escassez de recursos nos países que atravessa, ou (quem sabe?) pela rivalidade entre nações e o investimento em ataques biológicos, a doença chega aos Estados Unidos. Aqui, entra em cena o protagonista: Brad Pitt interpreta Gerry Lane, que desempenha um importante papel na descoberta da cura.

O ex-funcionário da ONU não o faz por patriotismo, nem por amor à humanidade, e muito menos por obrigação profissional. É nesta missão que encontra uma hipótese de salvação da família. Acompanhamos a viagem do mandatário das Nações Unidas pelos quatro cantos do globo, percorrendo o caminho inverso à evolução do vírus e recolhendo pistas sobre as fraquezas deste, o que permitirá chegar à sua erradicação. Os territórios por onde passa estão a perder a batalha: as medidas de contenção são insuficientes e apenas atrasaram a contaminação da população. Com exceção de um país em particular que tem a melhor e mais drástica estratégia para travar os zombies. É nas poucas pessoas que saem ilesas dos ataques que Gerry acabará por encontrar a resposta que procura.

Apesar do cansaço do tema, é um filme bem conseguido. Nas cenas iniciais, a cronologia de eventos, apresentada com elevado grau de realismo, quase nos convence de que se trata de uma história verídica e abre o caminho para um filme credível – dando a sensação de que isto pode e vai acontecer. A tensão é permanente e os momentos de ligeira comicidade deixam a audiência respirar e libertar um riso nervosinho. Porém, se há 12 meses alguém me dissesse que Brad Pitt iria lutar com zombies, eu não acreditaria e é essa imprevisibilidade nos papéis que desempenha que já o tornaram uma figura incontornável na história da sétima arte.

Por se tratar de um filme globalizado, leva-nos de volta àquela que é a reflexão mais premente da atualidade: até quando iremos tolerar as desigualdades tão acentuadas entre países e que nem a água potável seja um bem adquirido?


sobre o autor

Isabel Leirós

"Oh, there is thunder in our hearts" (Ver mais artigos)

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