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Felicidade Moderna é o primeiro álbum de longa duração dos Quase Nicolau. Nascida uma das suas canções no Verão de 2019, estava ainda a banda a dar os seus primeiros concertos, a ideia para o disco viria de um sonho tido no Outono de 2020, pouco tempo depois de acabado o EP de estreia, Alvorada. De uma pergunta se fez o título e fio condutor do trabalho a cuja composição a banda se dedicou durante quase três anos – será isto felicidade moderna?
Zé: O disco como um todo descreve um movimento de aproximação aos outros, de rompimento da solidão com que começa este primeiro tema.
Nuno: A única vez que tocámos esta música para um público foi nas rodagens de uma longa-metragem de João Rosas em que os Quase Nicolau são a banda de cena. Agradecemos a todos os figurantes pelo entusiasmo com que nos aplaudiram!
Zé: Uma das músicas mais antigas do disco, que começou a aparecer em 2020. Os primeiros dois terços da música fazem-me sempre lembrar a noite em Lisboa.
Melo: O nosso melhor desempenho desta canção foi em Paredes de Coura, em 2023. Por causa de um temporal acabámos por tocar no mesmo palco que o Tim Bernardes, que ajudou na montagem do concerto!
Zé: Tivemos esta música durante muito tempo até que eu conseguisse encontrar as palavras certas. Foi preciso um primeiro desgosto, que tive, por coincidência, enquanto lia Primeiro Amor, de Ivan Turguéniev.
Melo: Apesar de vir de um desgosto, não tem ressentimento algum. É quase uma carta de amor aos primeiros amores.
Zé: Beira-fogo veio de mão dada com Primeiro Amor. Foram escritas após o mesmo desgosto, mas enquanto Primeiro Amor fala na primeira pessoa, Beira- fogo fala sobretudo na segunda, como uma conversa que nunca pôde acontecer. Quando a canto, é a canção do disco que mais me comove.
Francisco: No Verão passado, estávamos nós a banhar-nos no rio Coura, cumprindo a nossa tradição de ir ao festival, quando fomos surpreendidos por dois repórteres da SIC Notícias que nos pediram para tocar uma canção. Foi esta que cantámos, sentados numa pedra no meio do rio.
Zé: Muitas vezes sou eu que começo as canções, mas são os meus amigos e companheiros de banda que as elevam. Esta é uma daquelas em que se podem ouvir os belos dedilhados de guitarra clássica do Francisco. E a linha de baixo do Melo (posso dizê-lo porque não fui eu que a fiz) é incrível!
Melo: Depois de uma série de músicas mais sombrias, surge alguma luz, um primeiro vislumbre do que pode ser a felicidade moderna. E assim termina a primeira metade do disco e começa a segunda.
Zé: Um presente de aniversário para a minha mãe, que perdeu a sua mãe ainda antes de eu nascer. Da primeira vez que lhe cantei a canção houve lágrimas, claro. E ainda as sinto aproximarem-se quase sempre que ouço o fim da versão de estúdio.
Melo: Talvez a música mais dançante do disco. Um obstáculo no caminho, a lembrança de que há coisas que demoram muito a mudar.
Zé: Sim, e os coros cantando “já faltou mais” referem-se tanto ao problema de que fala a música como ao disco enquanto um todo. Já faltou mais para chegar a última canção.
Francisco: Na introdução coral, experimentei tratar a minha voz como se fosse um sintetizador.
Melo: A música mais antiga do disco. Já nos acompanha desde os nossos primeiros concertos, em 2019.
Zé: À medida que foram surgindo as outras canções de Felicidade Moderna, havia quem tivesse dúvidas acerca desta, precisamente por ser tão antiga. Mas parecia-me que a essência da canção era boa e que só faltava dar-lhe a forma certa.
Francisco: O João Correia, nosso produtor, ajudou-nos muito a dar vida ao arranjo, principalmente com os samples e elementos electrónicos.
Zé: Mais uma conversa que não pôde acontecer, mas desta vez entre o meu avô, que morreu inesperadamente num acidente, e o meu pai. Em estúdio, o mais importante foi reduzir a canção ao essencial.
Francisco: A estreia ao vivo desta música foi numa FNAC, por cujos fóruns da região de Lisboa fizemos uma “digressão”. Na altura, o arranjo era muito diferente, com o Gonçalo a cantar. Nessa pequena “digressão”, divertimo-nos a comparar as tostas mistas das diversas cafetarias. Ficámos muito impressionados com Alfragide.
Zé: A primeira das duas músicas que vêm depois do fim do conflito, como um epílogo, por assim dizer. Todas as agruras e alegrias das canções anteriores vêm dar à aceitação.
Francisco: A música mais vitaminada do disco. É sempre divertido tocá-la ao vivo.
Melo: O disco foi todo feito em torno desta música e da pergunta do refrão.
Zé: Mais do que respostas, com esta música há a vontade de transmitir as perguntas e todos os sentimentos que a elas levam.
Melo: É um fim em aberto.
Francisco: E um fim que cantamos todos juntos…
Zé: Completando o movimento que havia começado com a primeira canção. O refrão é o meu momento favorito, o de que mais me orgulho em todo o disco.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)