Os Hot Air Balloon são o Tiago e a Sarah-Jane, uma dupla luso-irlandesa que partilha não apenas a vida, mas também uma paixão profunda pela música. O seu encontro em Vigo, Galiza, na Espanha, em 2009, marcou o início de uma jornada artística e, desde aí, têm levado a sua música a diferentes palcos e criado laços com audiências em Portugal, Espanha e Irlanda.

O seu álbum de estreia, “Behind The Wall“, lançado em 2016, foi muito bem recebido pela crítica e pelo público. Além disso, em 2016, foi um dos 4 nomeados na categoria “Singer-songwriter” nos Independent Music Awards em Nova Iorque, que contava com artistas icónicos como Tom Waits e Suzanne Vega entre os membros do júri.

Come This Far“, o seu segundo álbum é editado hoje, dia 30 de Maio, e explora a jornada da sua vida em comum – os desafios, as alegrias e os momentos íntimos – convidando os ouvintes a entrar numa história que é deles, mas que ressoa com muitas outras. Embora profundamente pessoal, é um álbum universalmente relacionável.

Este disco foi gravado maioritariamente no home studio do Tiago e da Sarah-Jane, onde foi produzido e misturado pelo Tiago, tendo sido depois masterizado por Alan Douches no West West Side Music Studio, em Nova Iorque.

#1 Come This Far

Abre o álbum com uma sensação de otimismo enraizado. Construída em torno do mantra “já chegaste até aqui”, a música oferece tranquilidade e força silenciosa, uma ode à perseverança diante das provações quotidianas. Baseada em 15 anos juntos e na experiência compartilhada de criar filhos, a faixa é ao mesmo tempo pessoal e universal. Ela encoraja os ouvintes a pausar e reconhecer o quanto já avançaram, em vez de se focarem no que ainda falta percorrer. Come This Far define o tom do álbum: reflexivo, resiliente e cheio de esperança.

Desde o começo da criação deste álbum sabíamos que esta ia ser sempre a primeira música.

#2 Do It Again

Inspirada no mundo hipnótico da musicista argentina Juana Molina, com as suas texturas psicodélicas, estruturas circulares e a repetição quase em transe que define grande parte de seu trabalho. Do it Again evoca uma sensação de nostalgia misteriosa enquanto explora o desespero silencioso da rotina moderna. Uma reflexão sobre os efeitos entorpecentes da vida diária, Do It Again fala da necessidade de escape, uma pausa do mundano antes que ele nos consuma silenciosamente.

#3 Keep Me Going

É uma homenagem leve àqueles que perdemos, mas ainda carregamos connosco. Com um clima leve e esperançoso, a música explora a dor de dizer adeus a um ente querido e a coragem encontrada em manter a sua memória viva. Em vez de se deter na tristeza, celebra a conexão duradoura, como as pessoas que mais sentimos falta podem continuar a nos guiar e inspirar através de nossas ações, pensamentos e rituais.

#4 Saoirse

Saoirse, que significa liberdade em irlandês, é uma peça profundamente pessoal e política nascida de um desafio: Tiago desafiou Sarah-Jane a reconectar-se com a língua irlandesa, o idioma original de uma nação que suportou séculos de domínio britânico antes de conquistar a independência em 1922. Embora não seja a sua língua nativa, Sarah-Jane usa o irlandês para expressar um anseio universal, por justiça, dignidade e paz, diante da opressão. Situada no contexto da agitação global atual, a música inspira-se na história da Irlanda para dar voz aos silenciados. Com um mantra lírico de união e esperança, Saoirse lembra-nos que o direito de viver, amar, aprender e curar não é um privilégio, mas um direito de nascença, musicalmente o tema vai beber também a música mais tradicional com a presença do Bodhran, instrumento tradicional irlandês, e com a sua harmonia modal característica de muita música folk.

Esta música ainda não foi estreada ao vivo.

#5 Let’s Forget

Captura um momento cru e terno entre duas pessoas à beira da reconciliação. Escrita em apenas meia hora, a música surgiu no rescaldo de uma discussão de quatro dias durante o Natal, marcando o ponto de viragem do silêncio para a conexão. É um ato silencioso de perdão transformado em melodia. Na seção final, duas vozes distintas cantam separadamente e em harmonia, um motivo recorrente no álbum – simbolizando a dualidade do conflito e da proximidade, da distância e do reencontro. Let’s Forget é um lembrete gentil de que o amor não é perfeito, mas pode sempre recomeçar.

#6 Layers

É uma música introspectiva sobre a vulnerabilidade da conexão emocional. Ela fala do desafio de alcançar alguém que foi moldado pela adversidade, de descamar lentamente as camadas protetoras para revelar a beleza que eles esqueceram ou que nunca lhes foi mostrada. No fundo, a faixa é uma canção de cura. Layers explora o equilíbrio delicado de apoiar alguém enquanto os ajuda-mos a redescobrir seu valor. É um lembrete de que, sob cada cicatriz, ainda há algo luminoso.

#7 Getting Back to Myself

É a pedra angular emocional do álbum – a primeira música escrita e uma que traça a profunda transição para a parentalidade. Enraizada numa memória querida de amor despreocupado sob as estrelas, reflete sobre a jornada da liberdade juvenil para a experiência transformadora da maternidade. A música abre espaço para a complexidade dessa transição, a desorientação, o luto silencioso pelo eu anterior e os desafios não ditos que muitos novos pais enfrentam. No entanto, também é uma música de força e autodescoberta. No final, Getting Back to Myself celebra uma identidade mais completa e brilhante, moldada não apesar da maternidade, mas através dela.

Come This Far será apresentado ao vivo nas seguintes datas:

21/06 – Teatro Narciso Ferreira, Riba de Ave
19/07 – Fundación Sales, Vigo
27/07 – Festival Cantos de Camilo, Vila Nova de Famalicão
16/08 – Festival Paredes de Coura (Jazz na Relva)
20/09 – Roterdão Club, Lisboa
11/10 – CAAA, Guimarães


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