Andrage são uma fusão de vários géneros e influências que vão desde as sonoridades ligeiras do jazz, evidenciadas pelos sopros, passando pela energia electrizante que caracteriza o rock clássico, com vocalizações pujantes, culminando num êxtase avant-rock, fora da caixa e eliminando aspirações comerciais.
O disco homónimo, composto por oito músicas e lançado no passado dia 16 de Abril, está descrito abaixo faixa a faixa.
#1 Getting Wild
O nosso primeiro single fala da frustração de romance não reciprocado e da inabilidade de esquecer essa relação mesmo tendo perfeita noção da natureza da mesma, e como toda esta situação leva a sentimentos de frustração e até raiva tanto para com a pessoa em questão como para nós mesm@s.
#2 So Wrong
Numa noite boémia surge sempre, a nosso parecer, oportunidades de melhorar a companhia, e por muito ardente seja a nossa vontade, esta apenas nos faz albergar expectativas sobre-estimuladas que só nos levam à desilusão. Isto leva-nos, em retrospectiva, a amaldiçoar tanto a nossa resposta ao estímulo de uma companhia nova como a pessoa que o provocou.
#3 Sign
Sob o petricor de Verão em ambiente propício à electricidade tanto estática como dinâmica, surge um química cegante que ecoa até momentos presentes e nos faz deparar como um cenário agridoce – que algo tão visceral e poderoso só pode acabar em desastre – e ansiar pela extinção dessa memórias que, cada vez que chove, ardem com mais força.
#4 Wasting Time
Entre ataques de neurose tipicamente crónica existe toda uma ânsia e luta por controlo próprio, que nos faz temer até o nosso próprio discurso interior por este poder levar a maior ânsia e desespero. Ao reconhecer esta incerteza e tristeza como algo natural e até necessário para poder apreciar toda a positividade que sucede esta letargia.
#5 Stuck
Algo tão simples como um beijo pode se tornar venenoso quando uma relação morre, atuando como catalisador de toda uma espiral nostálgica onde ecoa todos os olhares, palavras e atos que, após serem mortos pela distância seja emocional ou física, se transformam em, para todos os efeitos, correntes.
#6 Control
A loucura de um desejo incomparável dá início a todo um incêndio de fisicalidade que devasta tudo à sua volta, arde de forma aparentemente interminável, e, tal é a natureza do fogo, acaba por queimar quem não tem o cuidado de se precaver contra excesso de investimento emocional.
#7 True to you
Sobreposta pela necessidade de enquadramento nas normas impostas pela sociedade, a autenticidade é muitas vezes posta de parte em função do que nós, incorretamente, achamos que vá fazer-nos felizes, quando a aceitação do ser em todas a suas formas, cores e feitios permite viver em harmonia com quem realmente importa: nós mesm@s.
#8 Somebody
Como seres sociais que somos, temos tendência a procurar um sentido de pertença uns nos outros e, ainda mais intensamente, alguém singular em quem possamos projetar todos os nossos desejos, sonhos e ambições, alguém que nos encha de confiança, prazer e, quem sabe, alguém de quem possamos adjetivar, e que nos adjective de “noss@”.