A Indonésia pode não ser dos primeiros locais que nos ocorrem quando listamos as catadupas do metal mais extremo, mas não deixa de ser uma mina riquíssima a descobrir. No meio de um movimento crescente de death metal na sua forma mais brutal encontram-se os Symphobia, banda que acaba de editar “Hideously Traumatic,” álbum de estreia. São os próprios que nos ajudam a conhecer melhor o disco e a tal cena promissora onde se mexem, com total crença de que vamos ouvir falar mais nela.
Parabéns pelo vosso álbum de estreia, “Hideously Traumatic”! Soa a um resgate do brutal death metal nos seus básicos. Sentem que esse género musical se tenha alterado ou tornado saturado?
Obrigado pela tua apreciação, e acreditamos que o género do brutal death metal agora é mais exploratório e diverso. Tantas bandas têm as suas características únicas, comparadas umas com as outras. Portanto acreditamos que o brutal death metal nunca fica aborrecido, há sempre algo novo e fresco.
Como amadureceram tão rapidamente, desde uma demo, e que tipo de experiência ganharam desde o vosso começo?
Mesmo antes de lançarmos a demo, por acaso já tínhamos cinco canções concluídas, ficando apenas algumas partes inacabadas e algumas revisões por fazer. Daí que talvez se sinta uma viragem tão rápida para o nosso primeiro álbum.
Os títulos das canções são bastante básicos e directos. Existe algum tema ou conceito no disco?
Escolhemos deliberadamente títulos de uma só palavra, que reflictam as letras, que retratam um horrível acidente que deixa um trauma infinito.
Quais bandas e discos nomeariam como as vossas principais influências e referências?
Signs of Dying – “Desire Is Suffering”; Dripping – “The Lost Archives of Channeling”; Devilium – “Pagan at War”; Atheretic – “Adhesion, Aversion.”… e os grandes Suffocation e Deeds of Flesh.
Como descreveriam a cena death metal na Indonésia?
A cena underground musical é verdadeiramente rápida e diversa. Novas bandas surgem todas as semanas, ou meses, cada uma com as suas características únicas, criando assim a tal cena death metal diversa e rapidamente crescente na Indonésia.
Vêm de um sítio menos usual para o metal, pelo menos a um nível internacional. Veem isso como um obstáculo? Ou veem-no como uma vantagem?
Sim, somos da Indonésia, o que pode não ser tão familiar para os públicos internacionais como as bandas dos Estados Unidos ou da Europa. Mas estamos confiantes de que esse obstáculo será superado e um dia a cena death metal da Indonésia venha a ser mundialmente conhecida.
Quais obstáculos internos encontram no vosso país? Quão bem aceite é uma banda de brutal death metal na Indonésia?
Mesmo que tenhamos sido limitados pelo tempo e pelas agendas preenchidas e ocupadas de cada membro da banda, fomos capazes de encontrar soluções para esses problemas e outros, o que nos permitiu desfrutar de poder trabalhar no nosso primeiro álbum. E para os públicos indonésios, bandas de brutal death metal são incrivelmente poderosas e viciantes.
Veem potencial na cena de metal na Indonésia crescer?
Vemos imensas bandas a surgir de várias regiões da Indonésia, cada uma com o seu material único e uma sonoridade incrivelmente brutal. Portanto, acreditamos que ao longo dos próximos anos, bandas do underground da Indonésia venham a ser reconhecidas mundialmente através do sistema de distribuição de editoras locais e várias editoras internacionais que colaboraram e apoiaram bandas indonésias.
É difícil tocar ao vivo aí ou conseguir uma boa digressão? Já têm alguns planos de concertos para o futuro?
Fazer uma digressão aqui é um pouco difícil devido a vários factores, com os principais sendo transporte e licenças. Para actuações ao vivo, já temos vários eventos planeados para marcarmos presença e tocar.