Os lisboetas GOODBYE, ÖLGA estão a comemorar os seus vinte anos de existência com o lançamento de um álbum duplo de título homónimo no passado dia 11 de Fevereiro.
Nesta edição de autor com o apoio da Fundação GDA, toda a composição e gravação ficaram a cargo do quarteto lisboeta, sendo a mistura, masterização e co-produção entregues ao eterno colaborador da banda, Eduardo Vinhas.
O duplo álbum GOODBYE, ÖLGA é um concentrado de emoções que circundam o mundo do indie, desferindo golpes profundos a qualquer ouvinte, munidos de um rock que se amplia ao post-punk não convencional da banda. Essa multiplicidade de estilos foi a súmula sonora dos vintes anos que solidificam a personalidade do grupo – até então apenas ÖLGA.
Dos dois lados que compõem o disco, o preto, de inclinação sonora atmosférica mais sombria, experimental e psicadélica, está aqui descrito faixa a faixa.
#1 Concrete Falls
Inspirado num cenário de sobrevivência pós-apocalíptica, com influência de sonoridades rock psicadélico dos anos 70. A gravação das guitarras foi realmente divertida devido à sobreposição dos riffs e das harmonias. Inicialmente, o fim da música seria em fade out mas, como ficou tudo com uma “grande onda”, decidimos incluir tudo até ao feedback final dos amplificadores.
#2 Cop’s Delight
Ritmo frenético e guitarras cortantes com um refrão orelhudo para conduzir numa estrada vazia em excesso de velocidade! Foi este o mote para a criação deste tema de crítica social contemporânea, com forte inspiração no post-punk britânico.
#3 Cure for Joy
Inspirado em duas das maiores bandas de sempre, num assumido flirt aos anos 80. A letra fala de uma cura para a alegria excessiva que nos ‘vendem’, onde tudo é incrível e espetacular.
#4 Only 18
Depois de várias experiências com andamentos e estruturas alternativas, a versão final é uma canção psicadélica com “noise” suficiente para fazer abanar as cabeças e as calças. 🙂
#5 Lollabye
O que começou por ser uma música de embalar transformou-se numa divagação “a la Pink Floyd “. Foi uma daquelas músicas que demorou a encontrar o seu espaço no disco, mas que sabíamos que funcionaria como transição, contrastando com os outros temas mais frenéticos.
#6 Singapore
Uma espécie de mantra serve de timoneiro para esta viagem sónica em modo transe. Foi o tema que sofreu mais alterações até chegarmos à versão final. Inicialmente era uma música folk que se transformou numa complexa e frenética hipnose coletiva, cheia de overdubs vocais e com uma estrutura bastante bizarra. Foi das músicas que mais gozo deu em gravar!
#7 Never (I see)
Tema onde, porventura, é mais visível as incontornáveis influências de bandas sagradas do Indie Rock como Pixies ou dEUS.
#8 The Other Side
Inspirado no documentário Free Solo e na preparação mental de Alex Honnold, é a tentativa de criar um “hino” ruidoso, com uma estética post-rock e com riffs épicos, ideal para terminar o disco.