Chloë Grace Moretz: O Futuro de Hollywood

por Sandro Cantante em 3 Maio, 2012

É sempre demasiado cedo para dizer que um actor ou actriz vai ser uma das grandes estrelas do futuro, mas no caso de Chloë Grace Moretz, parece cada vez mais seguro prever-lhe sucesso. A jovem actriz de Atlanta tem apenas 15 anos, mas já conta com prestações que fazem corar outros que passam a vida nisto, de forma discreta. Foi nomeada para 20 prémios pelas suas representações, tendo arrecadado metade deles. O que é que a torna tão especial?

Teve o seu primeiro papel numa longa-metragem no filme Heart of the Beholder, quando tinha 7 anos. Não, não é um daqueles casos em que encantou tudo e todos no primeiro filme em que entrou. Mesmo que alguém se lembre do filme de Ken Tipton, é bastante improvável que se lembre da actriz, que tem um papel menor e sem qualquer importância. O primeiro filme em que tem algum destaque aparece em 2006 – Wicked Little Things. Também não é, de todo, memorável. Aliás, Chloë está longe de ser um caso de sorte nos filmes que foram surgindo no seu início de carreira. Numa altura em que era importante ter um bom filme para se revelar como boa jovem actriz, sucediam-se péssimos filmes, capazes de eclipsar por completo qualquer boa prestação de quem quer que fosse. Passando por The Eye, com Jessica Alba a interpretar uma personagem cega, condição provavelmente partilhada com os controladores de qualidade do filme, e Not Forgotten, que não cumpre a promessa dada no título, Chloë chega ao primeiro filme com algum reconhecimento – 500 Days of Summer. É verdade que está longe de ter um papel com muito destaque, como irmã e conselheira da personagem de Joseph Gordon-Levitt, mas pelo menos é o primeiro filme que não precisa de se envergonhar por ter participado.

Chloe-Grace-Moretz

É em 2010 que a actriz finalmente obtém reconhecimento, com brilhantes prestações; primeiro, como a ‘adorável’ Hit-Girl em Kick-Ass (aqui se tiver de se envergonhar de algo é de ter representado a filha de uma personagem de Nicholas Cage) e depois com o papel central em Let Me In. É exactamente neste remake levado a cabo por Matt Reeves que Chloë Moretz faz um dos melhores papéis até à data. Independentemente da sua idade, representa Abby com toda a maturidade e frieza que era necessária. Tratando-se de uma personagem algo perturbada, uma ‘vampira’ – não da espécie que brilha e vive na floresta com as fadas – com bastantes preocupações e responsabilidades, era preciso dar-lhe intensidade e uma certa dose de monstruosidade para ser credível. A jovem actriz faz isso e muito mais, numa actuação que lhe valeu quatro dos prémios que recebeu até à data. No mesmo ano entra também em Diary of a Wimpy Kid, não tão reconhecido, mas onde também não está nada mal.

Estas actuações fizeram com que entrasse em mais dois filmes em 2011. Deixa de ser uma actriz desconhecida e o seu nome aparece destacado no cartaz de Texas Killing Fields (nos cinemas, por cá, a partir de dia 3 de Maio). Este acabou por não ter grande impacto, mas a actriz volta a ter uma representação memorável pela mão de Martin Scorsese, que a coloca no papel de Isabelle, em Hugo. Partilhando o protagonismo com o jovem britânico da mesma idade, Asa Butterfield, esta volta a mostrar aquilo de que é capaz. É um papel completamente distinto do realizado em Let Me In, sendo Isabelle uma personagem mais alegre e, no fundo, normal (não tem por hábito matar pessoas e beber sangue, pelo menos). Se o filme teve o sucesso que teve, muito se deve também às interpretações das várias personagens, sem que Chloë seja excepção.

Chloe-Grace-Moretz

Agora, é Tim Burton que se lembra da actriz, que já se tornou num nome forte do cinema actual. Em Dark Shadows é Carolyn Stoddard, num papel que é muito provável que tenha muito daquilo que Chloë mostrou como Abby, em Let Me In. Burton já admitiu que ficou rendido à jovem actriz, “quer esteja a interpretar uma super-heroína ou uma vampira”. Não deixa de lembrar um pouco a personagem algo perturbada, mas genial, que, há 24 anos, Tim Burton deu à, então adolescente, Winona Ryder, em Beetlejuice. A única certeza que pode ser dada neste momento é que Chloë Moretz tem tudo para deixar a sua marca no cinema no futuro. Por agora, conta já com uma mão cheia de grandes prestações.


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Sandro Cantante

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