Reportagem


Scorpions

“Lisbon, still loving you!”

MEO Arena

28/06/2016


© Everything Is New

Em mais uma noite de glória, os alemães Scorpions mostraram porque são uma das bandas rock com mais longevidade de sempre e porque ainda atraem multidões. Com um concerto irrepreensível, nenhum dos hits faltou nesta noite em que se celebraram 50 anos de estrada. A 50th Anniversary Tour passou por Lisboa e quase esgotou a MEO Arena.

Ao entrar no recinto, depreende-se de imediato que a casa vai estar cheia, tendo em conta que o interior já tem pouco espaço para circular e ainda faltam entrar bastantes pessoas. No palco, a cortina de fundo mostra a capa do disco que vêm promover, Return to Forever, de 2015. Além de faixas icónicas, sabe-se que o concerto também vai girar em torno de temas novos, mas ninguém se importa muito.

Foto oficial Everything Is New

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Pouco depois das 21h30, a banda sobe a palco, interrompendo a música de fundo que estava de feição com “Jaded” dos Aerosmith. Ouve-se o som de uma sirene e os primeiros acordes de “Going Out With a Bang”, tema do mais recente registo, enquanto o pano de fundo cai e a banda germânica surge no palco. São recebidos de braços abertos pelo público em apoteose.

Um concerto de uma banda com tanto tempo de duração e sucessos, inevitavelmente, não pode passar ao lado do modo best of. Desde “No One Like You”, até “We Built This House” foram várias as eras que a banda foi percorrendo. A banda de Hanover é perita em rock ballads e claro, estas não podiam ficar de fora, sendo as protagonistas de vários pontos altos. “Always Somewhere” levou a que as lanternas dos telemóveis se ligassem (e até alguns isqueiros”) enquanto que “Winds of Change”, um hit radiofónico, levou a que perto de 20 mil pessoas cantassem em uníssono, uma faixa com mais de 25 anos de existência.

Foto oficial Everything Is New

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Mikkey Dee, o lendário baterista dos Motorhead e antigo baterista da banda de King Diamond, vem substituir James Kottak e é foco de um dos principais momentos da noite. Dando um solo de bateria entusiasmante acompanhado pela projecção das capas dos 18 álbuns de estúdio e um jogo de luz frenético. A sirene ouve-se de novo e “Blackout” começa, imprimindo um tom mais enérgico ao concerto. A capa do álbum de 1982, com o mesmo nome, é projectada no fundo do palco, “engolindo-nos”. Klaus Meine consegue aguentar a voz em notas difíceis e o seu timbre inequívoco ainda nos arrebata.

“Big City Nights”, outro êxito dos anos 80 provocou algum alvoroço, com projecções de uma rapariga a abanar a anca em trajes menores. Em “Send Me An Angel”, Klaus Meine fez questão de envergar a nossa bandeira pelos ombros, para gáudio do público. O mesmo acompanhou religiosamente cada nota do refrão. Em “Make it Real”, o vulto da banda aparecia projectado no fundo, juntamente com a bandeira de Portugal. “The Zoo” é outro clássico que traz o tempo áureo de Animal Magnetism de volta.

Foto oficial Everything Is New

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Para o encore, ficaram as mais aguardadas. A banda retorna ao palco e Klaus avisa-nos que “Lisbon, still loving you!” e, claro, a balada mais conhecida de Scorpions faz-se ouvir. Numa atmosfera de tons vermelhos, tanto Klaus como o públcio desafiam as cordas vocais e mesmo quem não acompanhe a carreira de Scorpions sabe o refrão desta faixa. “Rock You Like an Hurricane” termina com chave de ouro um concerto excepcional, algo que já se espera desta banda, de cada vez que passa por cá. Eram vários os sorrisos ao se abandonar o recinto. O tempo parece não pesar e tendo em conta as idades dos intervenientes é de salientar a forma exímia com que dão um concerto de quase 2 horas e ainda mantêm a vitalidade. Venham mais 50.


sobre o autor

Andreia Vieira da Silva

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