José González & The String Theory

O início de Outubro marcou o regresso de José González a Portugal. Num concerto a trazer o lado mais intimista que o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, tem para oferecer, o cantor de origens suecas fez-se acompanhar pela The String Theory, um colectivo de músicos que junta instrumentos mais clássicos e tradicionais com outros não tanto, de onde se destacou os solos de berbequim, por exemplo.

Pouco passava da hora marcada e todos os músicos já subiam ao palco, ainda que muito público ainda estivesse a entrar na sala escura, guiados pela introdução instrumental feita pela The String Theory, que criou a ambiência para o que aí estava para vir.

E foi mesmo de um concerto bastante intimista que se tratou, com os expoentes máximos a acontecerem com a versão de Teardrop, dos Massive Attack, ou com a muito aclamada Heartbeats – versão dos The Knife e expoente máximo de popularidade na carreira de González.

O encore trouxe consigo mais um “solo” da The String Theory que, para os mais atentos, tinha o músico mais conhecido da noite, José González, a dar uma mãozinha lá atrás nas percussões. Isto antes de voltar para a frente de palco, pegar na sua guitarra e tocar mais um par de músicas.

Ao contrário do que acontecera no início do concerto, o encore foi bem mais mexido – pode-se dizer que o concerto foi mesmo feito em crescendo – e trouxe com ele músicas como Down The Line, que levantou o público todo puxando por uns pézinhos de dança e palmas no ritmo certo. Assim permaneceu para a última da noite, uma repetição de Let It Carry You – tocada também durante a primeira parte – como que fazendo um convite a todos os que encheram o Coliseu e que em poucos instantes o iriam deixar. Desta feita bem mais dançada que a primeira, uma prova de que a ordem do alinhamento pode influenciar bastante todo um concerto.

Em suma, foi uma excelente noite no Coliseu de Lisboa que, ao contrário do que muitos poderiam esperar não foi tão melancólica quanto isso, acabando por ter vários momentos de êxtase e até puxar pela dança.

Apesar de poucos minutos antes de se dar início ao espectáculo a sala ainda estar bastante despida, com o início deste acabou por praticamente encher, deixando poucos lugares vagos. Contudo, nunca deixou de pairar no ar a sensação que muitos dos presentes conheciam pouco mais do trabalho do músico do que, lá está, a Heartbeats.