Pra Gira Girar lança segundo single em homenagem a Os Tincoãs
por Arte-Factos em 20 de Novembro, 2025

O projeto Pra Gira Girar, formado por Álvaro Lancellotti, Michele Leal, Alan de Deus, Pedro Costa, Zé Manoel, Zero Telles (in memoriam), Diego Gomes, Kassin e Ana Magalhães, lança seu segundo single, Deixa a Gira Girar, dando continuidade ao percurso iniciado com a faixa Atabaque Chora e antecipando o álbum que reúne recriações do repertório do trio baiano Os Tincoãs, ainda sem data de lançamento.
Composta por Heraldo Costa Bouzas, Mateus Aleluia Lima e Grinaldo Salustiano dos Santos, a canção foi apresentada ao público em 1973, no disco Os Tincoãs. Inserida no universo das tradições afro-brasileiras, sua letra e seu título evocam a “gira” como movimento de corpo e espírito, rito de encontro coletivo e celebração da ancestralidade. Ao longo dos anos, tornou-se uma das faixas mais lembradas do grupo, atravessando gerações e mantendo viva a relação entre canto, ritual e memória.
Na releitura, o núcleo do projeto – formado por Álvaro Lancellotti, Michele Leal, Alan de Deus e Pedro Costa – mergulhou nos arranjos vocais para transcrevê-los e recriá-los em sua formação atual, que inclui uma voz feminina. A gravação conta com a participação de Diogo Gomes no trompete e dos percussionistas Ana Magalhães e Zero Telles (in memorian), que reforçam a pulsação rítmica da obra dOs Tincoãs. A direção musical de Pedro Costa articula esses elementos, enquanto a produção de Kassin e Mario Caldato Jr., também responsável pela mixagem em Dolby Atmos, dá corpo ao registro lançado pelo selo Amor in Sound, de Samantha e Mario Caldato Jr.
O radialista e produtor Adelzon Alves, referência na divulgação da música popular brasileira e produtor d´Os Tincoãs, destacou que o projeto reafirma a fidelidade dos arranjos e dá continuidade a uma resistência cultural afro-brasileira, lembrando que “esse é o verdadeiro gospel dos cantos negros, da religião negra que Os Tincoãs trouxeram do Recôncavo baiano” e que esses cantos, assim como os tambores transformados em baterias de escola de samba, se entranharam na alma do povo brasileiro.
