Bandas lendárias e galhofa. Muitas vezes, especialmente nos dias de hoje, é mesmo só isso que precisamos para desanuviar. Ainda bem que existiu um “documentário,” em seguimento a uns sketches de comédia, a dar-nos a conhecer os Spinal Tap, há umas boas décadas atrás. Agora estes “britânicos” estão velhos mas ainda querem estar para as curvas, portanto “The End Continues” – título tão hilariante e genial, que até assentava bem para intitular mais alguma compilação dos Mötley Crüe ou novas colaborações dos Aerosmith.

O disco acompanha o novo filme “Spinal Tap II: The End Continues” que segue novas peripécias da banda, a reunir-se para um espectáculo final e a ter que deixar novas paixões de lado, como um museu de cola, por exemplo, – coisas que têm que ser vistas para fazer sentido, e mesmo assim… – com os efeitos esperados. A partilhar três vozes estão David St. Hubbins, Nigel Tufnel e Derek Smalls, interpretados respectivamente por Michael McKean, Christopher Guest e Harry Shearer, o eterno Ned Flanders/Principal Skinner/Mr. Burns e incontáveis outros, aqui com a sua voz rouca a soar ao Otto Mann… Um fã de Spinal Tap, por acaso. As canções podiam ser só parvoíce que já cumpriam, mas os Spinal Tap também estão na vanguarda do “brincar muito a sério” e acabaram por se infiltrar no meio do hard rock/heavy metal atavés da leveza e bom humor dos fãs do estilo, mas também pela legitimidade musical.

Daí que “Let’s Just Rock Again” soe mesmo ao que bandas grandes de outros tempos fazem depois de amadurecer/envelhecer e “Brighton Rock” até lembre as coisas que os Deep Purple andem a fazer nos seus discos recentes. E para enriquecer isto com mais lendas, como fazer para parecer que o Elton John e o Paul McCartney colaboraram mesmo? Da forma mais simples, com o Elton John e o Paul McCartney, sempre de bom humor muito apurado, a participar realmente, tanto no filme como no disco e a roubar um pouco do show. Não terá isto o impacto de “This Is Spinal Tap,” com certeza, nem mesmo os novos temas, mas até nisso podemos fazer paralelismo com bandas a sério. A este ponto, já aceitávamos que também o são.


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