Vamos ao baile, então? Vamos. E também vamos ser honestos logo para começar isto como deve ser. Esta é uma daquelas situações em que partimos com o nosso radar para a novidade, inovação, originalidade e essas coisas todas, completamente desligado. Fica para a próxima. Para este baile, vamos à procura de thrashada, daquela que nos estilhaça a louça toda de casa e nem pede desculpa. Sejamos, então, apresentados aos Legacy of Payne.

Spawn of Creation” é o disco de estreia e vem para ser tão simples quanto este estilo de música costuma pedir. Ao mesmo tempo quer ver se se impõe na cena. Porque temos que voltar a ser honestos, temos thrash por cá até lhe dar com um pau. Mas ainda não tínhamos o dos Legacy of Payne, de competência invejável e que podia sair de uma banda veterana que estava lá a ver os putos da “Bay Area” a aparecer, ainda com pinta de glammers. Maturidade e intensidade é o que mais governa este álbum e torna esta relativamente breve mas concisa descarga bastante focada. A procura da personalidade, essa também já leva alguns avanços.

Mais do que imitar ídolos, também vê o que pode acrescentar para tornar isto apenas mais violento ainda. “Spawn of Creation” está mais perto de vertentes mais extremas do que da raíz do speed metal provocador, e aproveitam ter o death metal bem ali à mão para lhe dar mais densidade ainda. Ou fortalece alguns riffs, ou torna a voz mais intimidante, ou acelera ainda mais as coisas. A faceta melódica também pode ir espreitando, e por vezes até é mesmo aquela naturalíssima fusão assim meio à Legion of the Damned. E para o thrasheiro enérgico que já tirou a camisola e já está com ela à cabeça ainda nas bandas de abertura dos festivais, há castanhada de início ao fim, mas guardem alguma energia para aquele ataque nos minutos finais de “Burn Them Down.” Que é com essa chave que fecham um disco explosivo e cheio de potencial. Temos já muito thrash por cá, sim. Mas ainda cabe mais este.


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