Ao sexto álbum, os Halestorm já não parecem precisar de convencer muitos mais, além dos fãs já conquistados. Na verdade, para singrar verdadeiramente, até só precisa de duas coisas no sítio: a voz de Lzzy Hale e o jeito para a melodia pegajosa. Se têm isso, levam o “Suficiente” na pauta e já podem partir por aí por palcos fora, que têm um público garantido. Mesmo assim, “Everest” troca uma voltinha ou outra.

O que podia ser um disco de conforto – e, à primeira audição, até pode ser – revela-se o seu mais multi-facetado, com experiências por outros estilos além do hard rock directo e provocador. “Fallen Star,” por exemplo, abre com uma surpresa, que até é capaz de ser do mais pesado que já fizeram. Seguem-se experiências com outras vertentes mais suaves e esse peso mais carregado volta na curiosa excursão por um caminho perto do nu metal em “Watch Out!” e “K-I-L-L-I-N-G.” Claro que todos os ambientes e moods que aqui se sentem são facilmente explicados pelas inspirações de Lzzy Hale – a sua própria saúde mental, a sua recente sobriedade já após passar por complicações e muito mais da sua experiência pessoal como a frontwoman de uma popularíssima banda. Não será surpresa que tenhamos um disco muito emocional em mãos.

No entanto, “Everest” beneficia de algumas audições repetidas para crescer e realmente permitir que as canções se descolem umas das outras. Que apesar dos múltiplos estilos sonoros aqui presentes, no geral ainda se sente um álbum muito baladeiro e não sentimos de imediato o seu balanço, mesmo com os ADNs diferentes de cada canção – uma raivosa balada de um fumarento soul em “Like a Woman Can,” o AOR numa “How Will You Remember Me?” que os Journey nunca fizeram, ou um pouco de Tori Amos injectada em rock de estádio em “Darkness Always Wins” são provas da disparidade que se sente em muitos mais temas. Podia ficar mais coeso, mas o que é que não saiu do sítio? A capacidade melódica para encher isto de refrães gigantes e o vozeirão da Lzzy. Pronto, afinal está tudo certo, então.


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