Death Feast

Risen from the Tomb
2023 | Larvae Records, Haloran Records | Death/thrash metal

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É realmente do túmulo que se ergue este disco dos Death Feast, nome do underground nacional que já devia estar nos nossos radares. Pela fetidez críptica que traz consigo, concordamos com o que o título nos sugere. Vem tudo bem ensopado com a imundície daqueles riffs. E pode ser com este “Risen from the Tomb” que realmente os Death Feast deixem de passar ao lado de muita gente.

Quando se faz destes textinhos apreciativos há muito tempo, começa a tornar-se enfadonho e repetitivo o uso de alguns termos. Começam a tornar-se banais. É “old school” para aqui e para ali e parece que perde o valor. Vale que este “Risen from the Tomb” até funciona mesmo como sinónimo disso e não é só um disquinho a brincar ao “old school,” é um brutal tributo e a sua mais perfeita recriação. Até vamos procurar nas notas em tudo o que seja informação sobre o álbum, não vá alguma linha a dizer que isto são demos do início da década de 80 a serem finalmente editadas. Não, isto é feito com gosto e saber. Metal do podre, do extremo. Perguntem-lhes qual deles é e eles grunhirão um hostil “sim!” É death, é thrash, é black. Também há doom – a lentidão de uma “Volcano” pode requerer uma limpeza ao espaço à volta, que terá ficado repleto de lodo. Não dispara em várias direcções, é um álbum bastante uniforme. Simplesmente retrocedem à génese de tudo isso, antes de se separarem com nomes diferentes.

É bem mais do que apenas competente nesse tributo ao que os Hellhammer, Possessed ou Celtic Frost faziam, ainda meios alheios à influência que viriam a ter. Vem de alguém que também vive e respira disto. Então quem são estes novatos por trás dos Death Feast? São novatos nenhuns, todos de currículos riquíssimos no underground nacional e basta dizer que é mais um demónio concebido por J.A., o Sr. Decayed que quase pode patentear o black metal português, para estar tudo explicado. Abanemos a cabeça e grunhamos a mais uma voltinha neste tão podre disco que quase nos torna aqueles velhos rezingões a queixar-se das modernices do metal de agora. Novidades? Nenhuma. Malhas? Não encontrarão aqui outra coisa.

Músicas em destaque:

Crossing the Fire, Commandments of Metal, Hell Funeral

És capaz de gostar também de:

Hellhammer, Possessed, Decayed


sobre o autor

Christopher Monteiro

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