Espaçada que vá sendo sempre a actividade discográfica dos Biolence, é feita com precisão e a banda nortenha já vai acumulando uns bons anos de carreira. Cheios de energia, sem dúvida, mas “Violent Obliteration” é um disco de veteranos e isso ouve-se.
Ouve-se no thrash maduro, que não procura qualquer caça por modernices e deixa o natural peso da sua música tomar as formas que quiser, procurando as influências de onde elas quiserem vir e como encaixem. Se os próprios passaram por algumas mutações estilísticas dentro do espectro extremo, fica sempre qualquer coisa. Portanto que não se estranhe que uma malha como “Humanity Executioner” puxe mais ao death metal e tenha um resultado final mais cavernoso, enquanto que logo a seguir uma “Heavy Artillery” sangre thrash da velha-guarda. E entram grooves mais contemporâneos ou passagens mais à moda antiga, quando mais jeito derem. E a obra está em fazer um disco uniforme mas dinâmico com essas ferramentas.
Uma raiva muito bem justificada pelos temas incontornáveis das letras – aquelas maravilhas que tão bem caracterizam a raça humana como a ganância e afins, e que originam outras belíssimas invenções humanas como a guerra e outros desastres que tal – e só não corremos a recomendar este “Violent Obliteration” ao ávido thrasheiro dedicado, porque já o terá rodado umas quantas vezes. Um disco selvagem, onde manda o riff, e onde se procuram fazer as coisas bem feitas, em vez de tentar inventar qualquer coisa mal-amanhada. Que não falte pica no próximo “Violent Qualquer-coisa” quando estiverem dispostos a lançá-lo.