Já nem é só pelas esquisitices, presença online , ioga nu, ou lá qual seja a loucura para a qual Nergal se vire. Os Behemoth já intimidaram bem mais do que hoje em dia e já tiveram uma presença bem mais tenebrosa. Agora damos por nós à espera do título a sério do décimo-terceiro álbum, até ficarmos a saber que não era a brincar, é para se chamar mesmo “The Shit ov God.” E não é uma paródia, ou pelo menos, parece que não.
Pronto, com umas boas-vindas tão fracas, até dá para baixar as expectativas. Ainda por cima, os Polacos podem muito bem ter passado os seus derradeiros tempos de glória. Longe já vai o veneno de “Satanica” e “Thelema.6,” a trilogia de luxo de “Demigod,” “The Apostasy” e “Evangelion” também já foi há mais tempo que o que parece, e “The Satanist” terá sido o tecto criativo que já não dava para superar. Foi a partir desse colosso que a besta começou a cuspir menos fogo. Mesmo que os Behemoth ainda não tenham alguma nulidade dispensável na sua discografia. Mas os dois últimos deixaram pouca marca, e a mais imediata deste é um título parvo. Parece um mau começo. Mas apesar da sugestão de sermos todos os tais despojos de Deus, o disco ainda não é de se deitar fora.
Pode ser de uma sacrílega ironia que uma banda que já causou tanto desconforto como os Behemoth já tenha encontrado o seu conforto, mas aconteceu. E em “The Shit ov God” é, pelo menos, tratado com inteligência. Mais curto e contido, ajuda a que as faixas sejam mais eficazes e memoráveis. E intensas, que estas estão uns bons furos acima das do antecessor. “The Shadow Elite” é o anúncio de que têm aquilo que procuram, se já estão habituados à maliciosa fusão de black e death que tornou os Behemoth lendários, e é esse o registo que se mantém, com alguns bons sabores mais: há um pouco mais de black metal em “Sowing Salt,” “Lvciferaeon” – esta até é um assalto que também vem mais thrashado – ou na catarse épica de “O Venvs, Come!,” e “To Drown the Svn in Wine” até lembra algo que pudesse estar no “Evangelion.” Não recupera a tal glória de outros tempos mas eleva-se em relação a “Opvs Contra Natvram.” Um péssimo título alarmante mas, felizmente, não tivemos que recorrer ao mesmo vernáculo para descrever o disco.