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Tantos e tão bons rótulos no mundo da crítica musical e nenhum que seja minimamente fiel ao som que este trio de Austin Texas nos apresenta. Talvez seja pelo melhor, seria um desprimor para a banda conseguir arranjar um conceito que encaixotasse a fusão de estilos, o experimentalismo e o nonsense descarado da música dos White Denim.
Mas fora como os conceitos abstractos e bajulações vagas, afinal o que são os White Denim e, em particular, o que é este Fits. Acid trips, não daquelas onde vemos campos verdes e as nuvens são de algodão doce, não, Fits é uma bad trip intensa, eufórica e furiosa para a qual só temos um bilhete de ida.
Fits continua, na tradição de Workout Holyday , a fusão errática do rockabilly, blues, garage e country com um elemento psicadélico ,que a banda tem vindo a cunhar, mais aprimorado que no antecessor e sempre ferozmente executado. Mas é mais, muito mais, vai ainda beber inspiração a musica indiana e, Deus nos acuda, ao free style jazz e como se a mistura já não fosse suficientemente alucinante estes rapazes não esperam que uma das faixas acabe para introduzir um estilo diferente na seguinte, isso seria muito fácil, cada faixa de Fits é uma montanha russa de sentimentos e inspirações e um romper agradável com a típica estrutura musical de verso, refrão, verso, ponte e outro refrão para acabar.
Radio Milk How Can You Stand It, I Start to Run e Say What You Want são excelentes argumentos para qualquer fã de stoner e desert rock, o som grave do baixo e os riffs sujos não deixam enganar, e se All Consolation vai buscar sonoridades mais orientais El Hard Attack DCWYW vai buscar as suas logo ali a sul da fronteira. Sex Prayer e Mirrored And Reverse encerram a “primeira parte” do álbum e ambas capturam a essência do prog-rock com os seus sons mais etéreos. Findas as primeiras 7 faixas surgem as guitarras acústicas, os coros e a country-folk mais acessível. É sempre um risco incluir duas facetas tão diferentes num só album mas a verdade é que neste caso resultam muita bem e Paint Yourself e I’d Have It Just The We Were são a transição perfeita entre as duas, continuando sempre num registo de rock mais espacial. Regina Holding Hands chega como uma surpresa acústica e quase pop durante os primeiros momentos mas transforma-se num sonho molhado de qualquer indie por altura do refrão (?). A fechar o álbum Syncn, tema mais sombrio de todo o álbum, quase que em modo balada e num tom mais “jazzy” que momentos antes do fim se transforma num mais esperançoso fim de canção.
Fits é um excelente álbum para descobrir e ouvir repetidas vezes, no entanto perde em relação a Workout Holyday, pois parece ganhar mais no seu aspecto psicadélico em detrimento da sonoridade rockabilly, a fazer lembrar The Cramps, e toda a pujança e fúria do antecessor – apenas comparável à de fãs de 30 Seconds To Mars que acabam de descobrir que nem todos acham que o Jared Leto é a reencarnação do Messias.
White Denim vai agradar àqueles que são fãs de rock sujo e procuram uma nova expressão de originalidade e a quem os projectos de Jack White e Josh Homme já não aquecem o coração como antigamente.