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Aqui os Benediction, que só não fazem parte daquela prestigiosa Liga dos Campeões de death metal da Florida pela inconveniência de serem Britânicos, já têm todas as décadas de carreira e obra feita para não terem qualquer necessidade de estarem ainda a provar alguma coisa. Ou de provar que o death metal precisa de algum tipo de reinvenção obrigatória, ou coisa que o valha, para sobreviver. “Ravage of Empires” é o tipo de disco que já praticamente se faz sozinho.
Portanto está aqui o desafio de fazer algo formulaico, mas que não seja previsível. Ou vocábulo pior ainda: chato. O gás tem que estar lá perto do máximo e temos que partir para a experiência com a consciência de que vamos medir as coisas por intensidade e não por surpresa. E que já façamos isso natural e inconscientemente. Vai ter a mesma pica dos velhos tempos? Muito pouco provável. Nem o “Killing Music” ou o “Organised Chaos” têm a do “Subconscious Terror” ou do “Transcend the Rubicon,” por exemplo. Mas já recuperaram muita desde o regresso discográfico após longo interregno, que muitos talvez já não esperassem. “Scriptures” foi um petardo. E “Ravage of Empires” é o seu digno sucessor, com a mesma atitude e o mesmo efeito.
Travões são obsoletos e é para ser malha atrás de malha, sem abrandamentos, com riffs de “R” maiúsculo e a dar com um pau. A violência ajuda a tornar melodias subtis e só nos apercebemo quando saímos a cantarolar, em fúria, partes da “Beyond the Veil (of the Grey Mare),” da gingona “Engines of War,” o refrão de “Crawling Over Corpses,”ou o ataque da faixa-título. A ausência de solos de guitarra torna tudo mais directo ainda e até pode servir como boa entrada para o miúdo que vem da simplicidade do deathcore e não deve partir logo para os Dying Fetus e os Cryptopsy desta vida, para ficar logo de olhos trocados. Quem diria. Mas nem é para aí que se volta, tenham calma, o breakdown de “In the Dread of the Night” até é de gente grande. Mas sempre se encontram mais qualidades num álbum tão simples. Conseguiram contornar a maldição do “genérico” e continuam o seu regresso discográfico com intensidade e promessa de ainda haver muito gás no tanque.
Engines of War, Crawling Over Corpses, In the Dread of the Night
Bolt Thrower, Gorefest, Napalm Death