Lá existem os sítios e as alturas para nos aventurarmos. Mas nem sempre o precisamos. No meio de toda a experiência nova, também sabe bem cada vez que se vai ao tasco do costume, onde já nos conhecem de nome diminutivo, e não precisar de qualquer emenda e poder pedir logo “o costume” e encher bem o bandulho e sair de lá satisfeito.

Não há desejos em particular por parte do escriba, tal é a bizarra introdução. Que não é descabida, é mesmo muito apropriada como apresentação mais analógica de “Mortem Solis,” nova proposta dos Brasileiros Krisiun. São um equivalente à ideia apresentada no primeiro parágrafo, é aquele porto seguro. Sabemos exactamente o que há neste disco antes de o colocarmos a tocar, mas é lá que vamos também quando é aquilo que procuramos. Os Krisiun são fiáveis e já contando a dúzia de discos e mais de trinta anos de carreira, conquistaram o estatuto lendário entre o death metal Sul-Americano e mundial. Para que não sejam só uma banda de death metal fiável e estejam mesmo na primeira liga, a servir de exemplo, referência e lição para qualquer aspirante da música extrema.

A identidade musical dos Brasileiros continua intacta, mesmo que o seu death metal possa bem ser comparável a outros colegas de estilo. A mesma atitude de “zero bullshit” sentida na sua veloz sucessão de riff após riff, que faz com que o álbum não chegue a perder o fôlego antes de se estender até ao seu fim. Não sendo uma galeria de novidades para realmente prender a atenção do ouvinte mais exigente, tem tudo no sítio para quem procura tudo bem feito e desde “Sworn Enemies” até “Worm God,” com tudo de pantanas já ali no riff principal de “Necronomical” não se encontra um riff sem pertinência ou eficácia. A este ponto, procuramos uma desculpa que o justifique e lá teorizamos que seja a química familiar. Para quando vos falarem daquela banda pesada Brasileira dos irmãos, terem outros na ponta da língua que não aqueles…


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