Com Aa Ricardo abre mão do “experimentalismo solitário” do -11 em favor de colaborações: Moreno, filho de Caetano Veloso toca percussão em Tela Parada; Joana Queiroz toca clarinete em 1 2 3 Nenéns, a guitarra elétrica é de Pedro Sá em Paranormal e a lenda brasileira do movimento No Wave Arto Lindsay participa em Fogo Chama.
Lindsay foi uma força guiadora em Aa, encorajando Ricardo a dar um passo além na experimentação de sons e composição.
#1 Precipício
Das fronteiras da consciência vê-se contornos de mundos imprevisíveis por vezes assustadores e até sem volta. Cabe a nós ter a coragem de caminhar por ali, estudar os relevos, meter os pés e exercitar a humildade.
#2 Tela Parada
Essas palavras saíram do previsor de texto do telefone adivinhando minha digitação randômica, escrevi esse delírio cegamente. A batida começa fragmentada e termina assumindo seu motivador hip-hop.
#3 Fogo Chama
Desse ostinato da voz e piano ilustro o fascínio pelo fogo, de todos os tipos. Arto Lindsay ajuda a botar lenha na fogueira com sua guitarra rasgante.
#4 Partimos Daqui pt.1
No processo de criação houve momentos de confusão mental e experimentação perdida. Até que revelou-se uma emoção, parei aí e expus todo o processo.
#5 Paranormal
Veja essa faixa como um poema, simples na forma e punk no conteúdo.
#6 Partimos Daqui pt. 2
Do vácuo sublime da experimentação para a tenra chegada a casa onde espero ter firmado raiz.
#7 1 2 3 Nenéns
Inspirada na minha vivência com três filhos que vejo crescendo cada um tão singularmente mas sempre com o máximo do meu afeto. A frase final é do Salvador que sempre que escuta a faixa hoje em dia me corrige no final acrescentando “voador”.
#8 Pre-revolutionary State
Infelizmente não haverá mais justiça social no mundo sem que os covardemente marginalizados se façam notar, para isso desafiando o jogo fraternal e conservador criado pelos privilegiados.