Glasya

Heaven's Demise
2019 | Pride & Joy Music | Metal sinfónico

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É verdade que já lá vão os tempos em que o metal sinfónico de voz feminina era realmente uma gorda fonte de rendimento e desfrutava de popularidade imensa entre vários “povos” de fãs da música pesada. Mas essa não será razão para descartar os Glasya, esta recente proposta Portuguesa que vai crescendo a passos largos – a não ser que realmente seja género que nunca digeriram – dada a competência na execução deste “Heaven’s Demise” de estreia e ao factor “recente” apenas se aplicar ao nome mas não ao percurso dos seus membros.

Afinal de contas é um novo grupo com membros vindos dos Enchantya, uma das principais referências do metal gótico-sinfónico lusitano, que regressaram recentemente aos discos, e My Deception. E apesar de também constar com nomes no currículo como Shadowsphere ou Rasgo, – Paulo Gonçalves é convidado – a principal referência para a sonoridade dos Glasya é mesmo a primeira e a da origem da imensamente talentosa Eduarda Soeiro, os Nightdream. Banda tributo a Nightwish, aquela que será a banda que mais à mente subirá ao longo de todo o “Heaven’s Demise.” A faixa-título de abertura faz logo despertar o ouvido para esse lado e temos imensos momentos vocais, como se deve destacar uma tão acrobática passagem em “Eternal Winter” que não nos deixa duvidar da admiração que Eduarda terá pela Sra. Tarja. E até um pouco de Nightwish mais recente se sente, como por exemplo em “The Last Dying Sun” que acaba por fazer lembrar uma “Storytime.”

Parece ingrato apreciar a música dos Glasya mantendo tudo tão colado às suas influências mas, para já, a base é essa. O realce dos variados actos que inspiram a banda – sem deambular pelos lados mais progressivos e over-the-top de uns Epica ou uns Xandria, nem pendendo tanto para a parte mais pop de uns Within Temptation recentes ou uns Delain – e o inegável talento. Vocal então, nem se fala. E devemos saber fazer a linha de separação entre “genérico” e “primeiro,” sendo uma tremenda estreia em termos de ambição, composição, execução e produção, mas ainda bracejando por aqui e por ali até estabelecer a sua identidade mais definida. Além do meramente competente e a prender-nos a atenção para os passos evolutivos no futuro. E também se pode pensar assim: isto na primeira metade da década passada seria um estouro e é suficientemente bom para ultrapassar muitos dos êxitos pesados e orquestrados que na altura nos passaram pelos ouvidos.

Músicas em destaque:

Heaven’s Demise, The Last Dying Sun, No Exit from Myself

És capaz de gostar também de:

Nightwish, After Forever, Enchantya


sobre o autor

Christopher Monteiro

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